Maré Negra: consequências para o ambiente
O uso de combustíveis fósseis para a produção de energia teve o seu início na Revolução Industrial. Até aos dias de hoje tem-se intensificado a exploração de áreas marinhas em busca de petróleo. Como consequência, episódios de contaminação ambiental tornaram-se recorrentes.
O derrame de petróleo nos oceanos é considerado uma catástrofe ambiental. Os impactos ambientais por ele causados são incalculáveis, quer para a sociedade, para a economia como para o ambiente. A mancha de petróleo que se propaga pelo mar, além de contaminar a água, mata milhares de aves, peixes e corais.
Os derrames de petróleo podem ocorrer por diversos motivos, como acidentes com navios petroleiros, embarcações não preparadas, acidentes nas plataformas, explosões de poços ou até tanques com capacidade inferior ao conteúdo existente.
O petróleo derramado espalha-se pela superfície da água formando uma camada superficial negra ou castanha que impede a passagem da luz, afetando a fotossíntese e destruindo o plâncton. Essa fina camada que se forma também impede a troca de gases entre a água e o ar.
Todos os animais aquáticos são prejudicados pelo derrame de petróleo: os peixes, quando em contacto com o petróleo, morrem por asfixia, pois o óleo impregna-se nas brânquias, impedindo a respiração. Além de se intoxicarem, as aves marinhas ficam com as penas cobertas de petróleo, não conseguindo voar e nem regular a temperatura corporal, levando à morte.
Os mamíferos marinhos, também por não conseguirem realizar a regulação da temperatura corporal, não se conseguem proteger do frio e acabam por morrer. Se algum animal ingerir esse óleo, pode provocar o envenenamento em toda a cadeia alimentar, prejudicando o ecossistema marinho.
Para além do impacto ambiental há também o impacto humano, o óleo derramado pode também contaminar a água potável, ou até mesmo na ingestão de algum animal contaminado. É importante ressaltar que o óleo é extremamente tóxico e nós seres humanos não somos isentos. A longo prazo, o nosso corpo sofre com impactos nos sistemas reprodutivo, respiratório, endócrino e outras anormalidades.
Maiores derrames de petróleo
Deepwater Horizon é considerado o maior derrame de petróleo na história da indústria do petróleo, provocado por um acidente, em abril de 2010. O problema começou após um derrame de um jato de óleo no fundo do mar, levando à explosão da plataforma de petróleo da BP, Deepwater Horizon. O óleo fluiu continuamente por mais de 85 dias até ser estancado a 15 de julho de 2010.
O acidente matou 11 trabalhadores da plataforma. Estima-se que 53.000 barris fluíram para o Golfo do México todos os dias. Os danos ao meio marinho foram catastróficos. 572 milhas da costa ficaram cobertas de manchas de óleo. Segundo o Centro de Diversidade Biológica, o derrame matou mais de 82.000 aves, 25.900 mamíferos marinhos, 6.000 tartarugas marinhas e dezenas de milhares de peixes, entre outros.
Ainda mais recente, ao largo do porto de Qingdao no nordeste da China, em abril de 2021, uma colisão entre navios resultou no derrame de 400 toneladas de crude, causando uma mancha de 3 quilómetros. De acordo com a fonte da Administração de Segurança Marítima de Shandong, foram necessários mais de dez barcos de limpeza na área para tentar travar o derrame.
A contenção das manchas de petróleo no mar é bastante difícil, uma vez que as correntes marítimas e de ar atuam na dispersão do óleo pelas águas. Com barreiras de contenção, as equipas tentaram evitar que ele se espalhasse para uma área ainda maior. Contudo, por mais que o óleo bruto seja contido, a parte do óleo que se dissolve na água espalha-se, contaminando toda a costa.
Ao longo da história, os nossos mares têm sofrido com estes incidentes em petrolíferas e o petróleo não só mata espécies marinhas, ele também destrói o seu habitat deixando cicatrizes irreversíveis. Este é um problema ambiental que deve ser prevenido em todas as suas instâncias.