Investigação compara a nossa capacidade de atenção à de um peixe dourado

De acordo com um grupo de investigação, a nossa capacidade de concentração é mais curta do que a de um peixe dourado, e isto deve-se, sobretudo, à utilização de tecnologia. Fique a saber mais aqui!

Capacidade de concentração
A utilização excessiva das novas tecnologias traz impactos negativos para o cérebro do ser humano, sendo um deles a diminuição da capacidade de concentração.

Grande parte das pessoas, atualmente, tem uma grande dificuldade em manter a concentração por um período prolongado.

Este fenómeno foi alvo de investigação, por parte da Microsoft, no Canadá, em que participaram cerca de 2.000 pessoas, que responderam a perguntas e participaram em jogos online com o objetivo de avaliar a capacidade de concentração, tendo ainda sido sujeitos a eletroencefalogramas para monitorizar a atividade cerebral.

De acordo com esta e outras investigações, os cientistas chegaram à conclusão de que a capacidade de concentração dos humanos está cada vez mais reduzida, sobretudo devido ao impacto negativo das novas tecnologias, como dispositivos portáteis e mídia digital.

Entre 2000 e 2015, segundo o estudo, a nossa capacidade de concentração sofreu uma queda de 25%, ou seja, passou de 12 segundos para 8, um segundo atrás da capacidade média de atenção de um peixe dourado.

Dificuldade em manter a concentração

As pessoas que tendem a adotar as tecnologias mais cedo, ou as que usam de forma mais constante, aprenderam com o tempo a permitir que grandes quantidades de informação fossem processadas antes de mudar o foco de atenção para outra coisa.

“Os canadianos com um estilo de vida mais digital têm dificuldade em se concentrar em ambientes onde a atenção prolongada é necessária, devido à adrenalina do que é novo”, afirmam os investigadores.

O resultado é que, nestes casos, o nível alto de concentração aumenta em picos. Por outro lado, as pessoas que tendem a usar vários ecrãs ao mesmo tempo tendem a ter dificuldade para filtrar a informação que chega por estes dispositivos digitais.

Recuperar o foco

Segundo Gloria Mark, professora de informática na Universidade da Califórnia, recuperar a capacidade de concentração requer que se esteja atento à forma como se está a utilizar a tecnologia, o que pode ser uma questão desafiante se tivermos em conta que grande parte das pessoas passam, em média, pelo menos 10 horas por dia nos ecrãs.

Impacto das tecnologias
A interação com as tecnologias pode repercutir sobre o desempenho da atenção por causa do grande fluxo de informações e estímulos, indicando consequências como maior distração e foco na multitarefa.

Paradoxalmente, de acordo com a professora, podemos usar a tecnologia para ajudar, inclusive dá-nos algumas dicas.

“Distraído pelas páginas de redes sociais? Esconda-os", diz Gloria Mark. Retire os ícones do seu ambiente de trabalho e esconda as aplicações no seu telefone dentro de pastas, onde é preciso um esforço extra para as encontrar. Deixe o seu telefone noutra sala, ou coloque-o numa gaveta e feche-o.

Também é importante aprender quando deve fazer uma pausa. Se estiver a ler algo mais do que uma vez ou se as palavras não estiverem a ser registadas, é altura de parar e reabastecer.

A melhor pausa é um passeio na natureza, uma caminhada de 20 minutos apenas na natureza pode ajudar as pessoas a relaxarem consideravelmente, e, segundo os investigadores pode ajudar as pessoas a produzir substancialmente mais ideias, chama-se a isso pensamento divergente.