Futuro na Europa: teremos fortes impactos das mudanças climáticas?
Nas próximas décadas prevê-se que muitas regiões da Europa enfrentem impactos cada vez maiores devido às mudanças climáticas. Contamos-lhe mais detalhes aqui!
De acordo com a Agência Europeia do Ambiente e dos respetivos mapas publicados, a seca, fortes chuvas e inundações florestais, aumento do nível do mar e incêndios podem afetar algumas regiões selecionadas da Europa, incluindo Europa Central, Península Ibérica, Escandinávia, Bretanha e Veneza.
Embora os dados climáticos já tenham sido publicados anteriormente, é a primeira vez que a agência europeia os apresenta usando mapas detalhados num site. Os utilizadores podem fazer zoom em pequenas áreas, por exemplo, para descobrir que um terço do bairro londrino de Hammersmith e Fulham pode ficar exposto a inundações até 2071.
As mudanças climáticas estão a acontecer, mas serão mais intensas no futuro, mesmo que o esforço global para reduzir a emissão dos gases de efeito de estufa se torne uma realidade. No entanto, os impactos serão menos severos se a temperatura global não aumentar mais do que 2 oC, tal como definido no Acordo de Paris.
Subida do nível do mar
Um aumento médio de um metro no nível do mar até ao final do século - sem nenhuma ação de prevenção de inundações - significaria que 90% da superfície da cidade de Hull em Inglaterra estaria debaixo de água, segundo a Agência Europeia do Ambiente.
Outras cidades inglesas como Norwich, Margate, Southend-on-Sea, Runcorn e Blackpool também podem sofrer inundações cobrindo mais de 40% da área urbana. Do outro lado do Mar do Norte, as cidades holandesas, incluindo Haia, Roterdão e Leiden, devem enfrentar graves inundações a partir de um aumento médio de um metro no nível do mar.
Secas
Os estudos existentes projetam grandes aumentos na frequência, duração e severidade da seca na maior parte da Europa no próximo século, exceto no norte da Europa. O maior aumento nas condições de seca é projetado para o sul da Europa. Grandes áreas da Espanha, Portugal e França enfrentariam a desertificação, com as zonas mais afetadas a experimentarem um aumento de duas vezes e meia nas secas, no pior cenário.
Fortes chuvas e inundações
Os invernos no norte da Europa estão a ficar mais húmidos. Se falhar o limite do aquecimento global até 2 ºC, pode acontecer que uma faixa da Europa Central e Oriental, de Bratislava no oeste a Yaroslavl/Rússia no leste, seja afetada por um aumento acentuado de eventos extremos de fortes chuvas durante o outono e o inverno até ao final do século. Uma das projeções indica um aumento de fortes chuvas na maior parte da Europa no outono e inverno até 35% até ao final do século.
Incêndios florestais
Os verões mais quentes aumentam o risco de incêndios florestais. Nos últimos anos, grandes incêndios florestais afetaram várias regiões do norte (exemplo da Suécia em 2018) e oeste da Europa, onde os incêndios não eram predominantes no passado. Prevê-se que o aumento relativo do perigo de incêndio seja particularmente grande na Europa Ocidental-Central.
Se a temperatura global exceder 4 ºC, a França, o sul da Alemanha, os Balcãs e o Círculo Polar Ártico poderão sofrer um risco significativamente maior de incêndio. No entanto, o perigo absoluto de incêndio permanecerá mais alto nos países do sul da Europa.
Um dos objetivos da Agência Europeia do Ambiente é o de forçar os governos a concentrarem-se mais em medidas de adaptação ao inevitável aquecimento global. “A adaptação é crucial nas próximas décadas do século. Mesmo se formos capazes de limitar o aumento da temperatura em 2 ºC, a adaptação é crucial para as próximas décadas.”