Detetadas misteriosas rajadas rápidas de rádio de galáxias distantes
Através do Telescópio Espacial Hubble, os cientistas foram capazes de detetar uma série de breves e poderosas rajadas rápidas de rádio vindas de cinco galáxias distantes no Universo. Além disso, obtiveram a primeira imagem em alta resolução deste fenómeno. Saiba mais aqui!
O Telescópio Espacial Hubble captou uma série de misteriosas rajadas de rádio de cinco galáxias distantes. Estes acontecimentos extraordinários geram tanta energia em milésimos de segundo, praticamente equivalentes à energia libertada pelo Sol num ano inteiro.
As rajadas rápidas de rádio (FRB) são um fenómeno que ocorre no Universo e que os especialistas não foram ainda capazes de explicar completamente. São grandes explosões fugazes que os astrónomos têm dificuldade em rastrear, bem como em determinar a sua origem. Desde que a primeira FRB foi detetada em 2007, foram registadas mais mil, no entanto, apenas 15 foram associadas a galáxias particulares.
Recentemente, através do Telescópio Espacial Hubble, uma equipa internacional de astrónomos conseguiu rastrear a localização das cinco rajadas de rádio que tiveram origem em áreas onde ocorre a formação de estrelas, tendo determinado que provém de cinco galáxias distantes. Além disso, conseguiram obter a primeira visão em alta resolução de uma série de rajadas rápidas de rádio.
“Esta é a primeira visão em alta resolução de uma população de rajadas rápidas de rádio, e o Hubble revela que cinco deles estão localizados perto ou nos braços em espiral de uma galáxia", disse Alexandra Mannings, estudante da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, nos Estados Unidos.
“A maioria das galáxias é maciça, relativamente jovem e ainda forma estrelas. A imagem permite-nos ter uma ideia melhor das propriedades gerais da galáxia hospedeira, como a sua massa e taxa de formação de estrelas”, acrescentou a autora principal do estudo, agora disponível no arXiV. Além disso, permite aos astrónomos saber o que acontece na galáxia e a posição das rajadas.
As principais teorias sobre a origem
Embora os astrónomos não estejam inteiramente seguros de como as FRB’s se formam, eles projetam algumas teorias. Graças às imagens do Hubble, algumas explicações possíveis para a sua origem foram descartadas. Nas imagens captadas pelo telescópio espacial, são observadas quatro rajadas de rádio perto dos braços de uma distante galáxia em espiral. Devido a isto, excluíram possíveis desencadeadores de FRB's, tais como a morte explosiva de jovens estrelas ou a fusão de estrelas de neutrões. Estes últimos levam milhares de milhões de anos e situam-se geralmente longe dos braços em espiral das galáxias mais antigas.
A teoria mais consistente com as imagens do Hubble sugere que as FRB’s têm origem em explosões de magnetares jovens. Os magnetares são uma espécie de estrelas de neutrões com campos magnéticos extremamente poderosos. São conhecidos como os maiores ímanes do Universo e são 10 biliões de vezes mais poderosos do que um íman de frigorífico.
“Neste caso, acredita-se que as FRB’s são provenientes das erupções de um jovem magnetar. As estrelas maciças passam por uma evolução estelar e tornam-se estrelas de neutrões, algumas das quais podem ficar fortemente magnetizadas, levando a erupções e processos magnéticos nas suas superfícies, que podem emitir luz de rádio", explica a também co-autora Wen-fai Fong, professora na Northwestern University.
Apesar do grande avanço realizado pela equipa na descodificação das rajadas de rádio, os cientistas também reconhecem que terão de observar mais vezes para desenvolver imagens mais consistentes de uma FRB. Só assim vão conseguir desvendar mais acerca destas intrigantes rajadas de rádio que surgem pelo nosso vasto e misterioso Universo.