Depois dos conhecidos sistemas de projeção, saiba qual o mapa-mundo que não mente!
Aparentemente os mapas-mundo têm-nos mentido durante séculos, pois os mais utilizados não são os mais exatos. Conheça aqui a verdadeira história por detrás das diferentes projeções de mapas e veja qual delas é o mapa do mundo mais verdadeiro.
Durante séculos, os cartógrafos tentaram construir o mapa mais exato da Terra e fizeram várias tentativas para explicar a sua irregularidade. Segundo Nathaniel Scharping, autor de Discover, os nossos mapas andam a mentir-nos há séculos.
Os mapas padrão da sala de aula, com os quais todos aprendemos geografia, baseiam-se na projeção de Mercator, uma representação do século XVI que preservou as linhas utilizadas para a navegação, ao mesmo tempo que distorcia terrivelmente as verdadeiras dimensões dos continentes e oceanos mais afastados do equador.
O mesmo autor afirma que o resultado deste mapa incumbe numa ideia errada e generalizada de que a Gronelândia é tão grande como África, que a Sibéria e o Canadá são desproporcionadamente grandes e que a Antártida aparentemente não tem fim.
A verdade é que África é maior do que toda a América do Norte e a Antártida é quase tão grande como a Austrália.
Mas porque será assim tão difícil chegar a um mapa exato?
De acordo com o The Science Times, alguns mapas foram elaborados para fins específicos, enquanto outros tentaram apenas encontrar o ponto ideal da cartografia.
O problema era tão generalizado que um matemático francês chegou a desenvolver uma equação com o mesmo nome para quantificar o grau de distorção de um mapa-mundo.
Chamada Indicatriz de Tissot, a equação tem a forma de círculos colocados a intervalos regulares num mapa. Ao calcular o grau de deformação de cada círculo, é possível determinar o quanto o mapa está a puxar e a esticar os continentes para fora de forma nesse ponto.
Porém, os cartógrafos criaram diferentes projeções da Terra, incluindo a projeção sinusoidal, a projeção Robinson, a projeção Bonne e a projeção Armadillo. Contudo, a mais exata foi, alegadamente, a prestigiada projeção Good Design, do Japão.
Projeção sinusoidal
Este mapa consegue apresentar uma visão mais exata dos pólos, mas apresenta continentes deformados e meridianos curvados. As áreas próximas do equador e do meridiano principal são exatas, mas a distorção piora à medida que nos afastamos de ambos.
Projeção Robinson
Esta projeção assume uma forma oval mais suave. O mapa foi uma tentativa de compromisso entre a distorção das áreas dos continentes e os ângulos das linhas de coordenadas.
Projeção de Bonne
A forma de coração preserva a integridade perto do centro, mas torna-se progressivamente mais irrealista à medida que se desloca para fora. Mantém o foco na Europa e em África.
Projeção de Armadillo
Este mapa tenta uma espécie de simulação 3-D, fazendo com que os oceanos pareçam mais pequenos e corta metade da Austrália e toda a Nova Zelândia.
Um mundo à escala exata?
O arquiteto e artista Hajime Narukawa, de Tóquio dividiu o globo em 96 secções, que depois dobrou as regiões num tetraedro, numa pirâmide e numa folha bidimensional.
Caleb White - The Science Times.
Ao inclinar os continentes para fora em vez de os expandir, a técnica de vários passos mantém a ilusão de que estão todos dispostos verticalmente.
O objetivo era desenvolver um mapa que capturasse, de forma mais correta, a aparência das regiões próximas dos pólos, tornando-o mais adequado para abordar questões do século XXI, como o rápido degelo marinho e as reivindicações territoriais de território marinho.
Denominado AuthaGraph, o resultado é um mapa-mundo com um aspeto um pouco diferente daquele a que a maioria de nós está familiarizada.
Os continentes estão todos representados tal como aparecem na realidade. África recuperou a sua primazia geográfica, enquanto a América do Norte e a Europa estão reduzidas aos seus verdadeiros tamanhos. Os oceanos também estão finalmente representados com exatidão.
Ao quebrar as regras de longa data, que regem a forma como os continentes e as linhas de latitude e longitude devem aparecer, Narukawa conseguiu uma representação geograficamente exata da Terra.
Referência do artigo:
White, C. et al. Real World Map vs. Fake: Why Earlier Maps Were Not Accurate? (2024)