Debate sobre engenharia climática
Atualmente existem algumas questões sobre engenharia climática. Este é um tema pouco falado ainda, mas aqui poderá perceber melhor qual é a base do mesmo. O que poderá isto trazer ao debate sobre as alterações climáticas?
A falta de transparência acerca deste assunto impede a colaboração entre os países desenvolvidos e exclui os países em vias de desenvolvimento. As "políticas ocultas" da engenharia climática foram parcialmente reveladas no início deste ano, na quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, quando a Suíça propôs uma resolução sobre a governança da geoengenharia.
A proposta suíça gerou um debate que revelou divergências preocupantes, entre os Estados Unidos e a União Europeia. Lançou, também, o desafio de tentar estabelecer governança para as duas estratégias dominantes de geoengenharia: a gestão da radiação solar e a remoção do dióxido de carbono.
Gestão da radiação solar e remoção do dióxido de carbono
A gestão da radiação solar envolveria a alteração do brilho do planeta, de forma a refletir uma quantidade muito pequena de luz solar (tendo em conta a que já é refletida) para assim, criar um efeito de resfriamento. Uma forma de fazer isto é injetar pequenas partículas reflexivas na atmosfera superior. Quando uma equipa da Universidade de Harvard anunciou a sua intenção de fazer uma experiência ao ar livre numa pequena escala, a reação pública foi rápida, levando a que o projeto fosse adiado para incluir informações de um conselho consultivo.
Por outro lado, a remoção do dióxido de carbono é mais aceite. As estratégias deste processo incluem opções existentes e opções tecnológicas, como estratégias de "captura direta de ar" cuja premissa é absorver o gás carbono da atmosfera. Este processo é incorporado em muitos cenários climáticos, principalmente na forma de bioenergia com captura e armazenamento de carbono.
"Há vinte anos atrás, a engenharia climática parecia exagerada, no entanto, essas ideias estão a ser levadas mais a sério, tendo em conta o fracasso generalizado do governo em reduzir as emissões de gases de efeito estufa", disse Jinnah, professor associado de estudos ambientais, na Universidade da Califórnia. Ele refere ainda, que "os especialistas em engenharia climática não justificam isto como um substituto para as reduções de emissão de gases de efeito estufa", e que "o potencial da engenharia climática é diminuir os impactos das alterações climáticas."
A análise elaborada por Jinnah e Nicholson, destaca várias áreas de preocupação como: o domínio da investigação levada a cabo por cientistas norte-americanos e europeus, e uma divisão significativa entre os Estados Unidos e a União Europeia sobre a "abordagem preventiva". As principais funções da governança incluem criar transparência, promover a participação do público e mostrar informações sobre o financiamento.