Conheça o peixe-papagaio: o peixe que limpa corais e cria areia!
A quantidade de areia criada por um peixe-papagaio, por ano, devido à bioerosão pode surpreendê-lo! Saiba tudo aqui!
Os peixes-papagaio são criaturas coloridas e tropicais que podem apresentar variações de vermelho, verde, azul, amarelo, cinzento, castanho ou preto e que passam cerca de 90% do seu dia a comer algas dos recifes de coral. Esta alimentação quase constante desempenha a tarefa essencial de limpar os recifes, o que ajuda os corais a manterem-se saudáveis e prósperos.
Para além da extensa variação de cores, o que inicialmente levou os cientistas a considerar a existência de 350 espécies, sendo que atualmente consideram existir apenas 80, este peixe pode mudar de sexo ao longo da vida. Várias vezes.
O sistema digestivo dos peixes-papagaio, que inclui mais dentes no interior da sua garganta, decompõe os pedaços de coral, transformando-os nas areias brancas que tornam famosas as praias do Pacífico Sul e não só.
Conhecido como bioerosão, este processo ajuda a controlar as populações de algas e a criar novas superfícies para os corais bebés se fixarem e crescerem.
Que quantidade de areia pode produzir um peixe-papagaio e quais as suas principais características?
Há quem afirme com certeza de que não pode ser o suficiente para criar praias inteiras. Bem, pensemos de novo. Os cientistas estimam que um único peixe-papagaio Chlorurus gibbus pode deitar fora mais de 1000 quilos de areia por ano!
Os peixes-papagaio vivem nos recifes de todo o mundo e têm uma esperança média de vida que pode variar entre os 5 e os 7 anos e podem atingir até 130 centímetros de comprimento e alcançar os 46 kg.
Normalmente, alimentam-se durante o dia e dormem - envolvendo-se num casulo de segurança feito de muco ou encontrando um esconderijo no coral - durante a noite.
Proteger o peixe-papagaio
Os recifes de coral enfrentam muitas ameaças, é claro - desde as alterações climáticas à poluição, e às espécies invasoras. O restabelecimento das populações de peixes-papagaio, herbívoros que mantêm as algas marinhas sob controlo nos recifes, pode trazer grandes dividendos para a restauração dos recifes.
Se não fossem os peixes-papagaio, os corais seriam rapidamente sufocados pelas algas em muitos recifes um pouco por todo o globo - que é o que está a acontecer nas Caraíbas e no Pacífico. No Pacífico Sul, isto deve-se, em grande parte, à sobrepesca do peixe-papagaio.
Os peixes-papagaio têm o infeliz hábito de dormir em agregações naturais em locais previsíveis e em águas pouco profundas, o que significa que os pescadores podem rapidamente encontrar e pescar dezenas deles de uma só vez.
O peixe-papagaio é considerado uma iguaria em muitos países e também pode ser vendido no estrangeiro, rotulando falsamente a carne como garoupa - para a qual existe uma maior procura. Devido a estas pressões de pesca, o peixe-papagaio está atualmente extinto em Guam e fortemente depauperado nas Ilhas Fiji, Samoa, Papua Nova Guiné e noutras partes das Ilhas Salomão.
Uma curiosidade em relação à carne deste peixe é que na Polinésia, é servida crua e foi outrora considerada "comida real", apenas para ser consumida pelo rei.
Referências da notícia:
Monterey Bay Aquarium. Parrotfish. Animals.
National Geographic. Parrotfish. Animals.
The Nature Conservancy. Parrotfish Conservation. Animals we protect (2022).