Conheça Alexander von Humboldt, pai das Ciências Naturais
Alexander von Humboldt foi um cientista e explorador alemão, considerado pelos historiadores como o último grande naturalista. Aclamado como pai da Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia, este homem foi também mentor de Charles Darwin. Saiba tudo aqui!
Friedrich Wilhelm Heinrich Alexander von Humboldt nasceu no seio de uma família alemã aristocrática a 14 de setembro de 1769 em Berlim. Desde cedo apaixonado pelo mundo natural e com a curiosidade típica de uma mente científica, Alexander Von Humboldt é considerado um dos maiores cientistas da História, tendo sido autor de várias obras e conquistas a nível científico. Do fascinante legado deixado pelo irreverente explorador e cientista alemão, destaca-se Kosmos e a viagem às Américas que o tornou mais famoso que Napoleão Bonaparte.
Com sede de conhecimento e aventura, Von Humboldt parte para uma jornada fantástica que marca a sua vida quando tinha somente 20 anos de idade. Fruto de uma herança familiar, o jovem Alexander investe a sua fortuna numa viagem de 5 anos recheada de perigo, aventura e descoberta, rumo às (ainda) pouco exploradas terras das Américas Central e do Sul. A acompanhá-lo, esteve o botânico francês Aimé Bonpland. O trajeto percorrido pelos dois cientistas superou os 10.000 quilómetros ao longo dos atuais Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Cuba, México, entre outros territórios.
A exploração das Américas
Entre várias façanhas, a mítica dupla escalou o estrato-vulcão Chimborazo, localizado nos Andes Equatoriais em 1802. Nessa altura considerada a montanha mais alta do mundo, (6.268 metros de altitude) Humboldt e Bonpland tiveram de a abandonar quando estavam a 5875 metros de altitude devido à rarefação do ar.
Ao realizar medições de pressão atmosférica e temperatura nas suas viagens pelas Américas, (Chimborazo, Rio Orinoco, etc) Humboldt recolheu dados que lhe providenciaram a visão espacial de padrões climáticos e geográficos. A partir daí, começa a produzir cartografia. Ao navegar pelo Oceano Pacífico, identifica a corrente de água mais fria do mundo (depois designada por Corrente de Humboldt) que viaja de sul para norte, desde o terço superior do Chile até às fronteiras entre Peru e Equador. A sua temperatura, densidade, salinidade e coloração fazem com que dificilmente se misture com outras águas, possuindo peixe em abundância. Isto faz do Peru um dos principais produtores de pescado à escala mundial.
Neste período, Humboldt produz inúmeros desenhos, mapas e textos a partir da recolha de mais de 16.000 espécies de fauna e flora. Ao que se sabe, o jovem Alexander era também um comunicador nato, tendo alegadamente encetado contactos linguísticos com tribos locais. Aí, repara que as árvores de Chinchona estavam em risco de extinção devido à excessiva procura da sua casca, desejada por causa da quinina, substância que daí se extrai e que cura a febre e a malária. No século XIX, foi conhecida como a medicação mágica do Mundo Novo.
O legado de Humboldt
Em homenagem a Humboldt, uma das principais universidades de Berlim exibe orgulhosamente o seu nome: Humboldt-Universitat zu Berlin. O seu legado tem inspirado e continuará certamente a inspirar várias gerações de cientistas, que procuram diariamente contribuir para a compreensão do nosso lar, o planeta Terra. Nesse sentido destacamos um dos mais famosos pupilos de Humboldt: Charles Darwin, autor da célebre obra ‘A Origem das Espécies’, publicada em 1859.
Humboldt é também autor de uma frase que ficou célebre: "A visão do mundo mais perigosa é a daqueles que nunca viram o mundo”. Em 2019, assinalamos o 250 º aniversário do nascimento de Alexander Von Humboldt, o último naturalista global, proclamado também como pai da Geografia, a ciência de encruzilhada, que conecta a compreensão do meio natural com a compreensão do meio humano do ponto de vista espacial.