Comprovado: pacientes lembram-se de experiências de morte após paragem cardíaca!
Estudo incrível regista atividades cerebrais em pacientes até 1 hora após a paragem cardíaca, sugerindo que as memórias relatadas por sobreviventes são reais e diferentes de sonhos ou delírios.
Um incrível novo estudo, liderado por investigadores da Escola de Medicina Grossman (EUA) em cooperação com 25 hospitais norte-americanos e britânicos, sugeriu que pacientes reanimados após paragens cardíacas tinham memórias claras e reais da experiência pós-morte.
Até uma hora depois de os seus corações terem parado, alguns pacientes reanimados através de reanimação cardiopulmonar (RCP) ainda apresentaram padrões cerebrais ligados ao pensamento e à memória, mesmo estando inconscientes. Isto indica que as suas memórias são verdadeiras.
Como é que os cientistas realizaram testes e captaram os relatos dos pacientes?
Médicos acompanharam 567 pacientes, homens e mulheres, que sofreram paragem cardíaca durante internamentos entre 2017 e 2020. Os pacientes receberam pronto tratamento e, ao mesmo tempo, foram submetidos a eletroencefalogramas (EEG), uma tecnologia que regista a atividade cerebral com elétrodos.
Apesar do tratamento imediato, menos de 10% dos 567 pacientes estudados recuperaram o suficiente para receber alta. Ainda assim, ao longo do estudo, os sobreviventes descreveram experiências de morte lúcida que ocorreram enquanto estavam inconscientes.
Destes sobreviventes, 40% relataram algum grau de consciência ou memória durante a RCP que não foi capturada pelas medidas. Outros 40% apresentaram atividade cerebral normal, ou quase normal, num período incrível de até uma hora após a paragem cardíaca.
Os dados recolhidos sugerem que estas experiências são diferentes de alucinações, delírios, ilusões ou sonhos, pois são padrões diferentes. Entre os relatos dos pacientes, há perceção de separação do corpo, observação de eventos sem dor ou angústia, e avaliações profundas das suas ações e relacionamentos ao longo da vida.
Os autores do estudo levantaram a hipótese de que, durante estas experiências, o cérebro remove os seus sistemas inibitórios naturais. Desta maneira, é possível aceder a memórias lúcidas armazenadas desde a primeira infância, por exemplo. O propósito evolutivo deste fenómeno ainda é desconhecido.
O significado destas experiências também permanece um mistério. No entanto, a investigação trouxe-nos um pequeno vislumbre de uma dimensão real, embora pouco compreendida, da consciência humana durante eventos de quase morte. Os dados recolhidos também podem ajudar, futuramente, no desenvolvimento de novas maneiras de reanimar o coração prevenindo lesões cerebrais.