Como sabem as aves quando devem migrar?
Com o término do inverno e a chegada da primavera é hora de inúmeras aves iniciarem a sua longa viagem migratória. Mas como sabem elas que chegou a altura certa? Como se preparam? Saiba aqui!
Todos os anos, pela altura da primavera, se olharmos para o céu, conseguimos avistar milhares de aves migratórias a fazer a sua longa e perigosa jornada de migração.
Estas aves migram essencialmente na busca de alimento, contudo existem outras motivações, como o escape do clima severo, a exposição a predadores e parasitas que aparecem, sobretudo durante a época de reprodução.
No entanto, de acordo com um estudo publicado na revista Scientific American, saber o exato momento da partida, pode ser um cálculo complexo e delicado para estas aves.
As alterações nas condições ambientais, como a duração do dia, mudanças na luz, a temperatura do ar, a chuva e o vento, são um dos pontos essenciais para o desencadeamento da migração, através da estimulação hormonal.
Os fotorrecetores presentes nestas aves quando registam que os dias começam a ficar mais compridos, no final do inverno e no início da primavera, desencadeiam uma série de alterações corporais.
As penas das aves começam a mudar, as suas hormonas alteram-se, influenciando, desta forma, os padrões digestivos, levando-as a comer mais para desenvolverem músculo de voo e acumular gordura. Chegou assim a hora de voar!
Como sabem as aves para onde ir?
Segundo Hawkes, as aves utilizam as pistas celestes, como as estrelas, a lua, a posição do sol, o campo magnético da Terra como pontos de referência, evitando assim que se percam.
Esta sapiência de navegação permite que as aves viajem por lugares nunca antes percorridos.
Numa experiência, publicada na revista National Geographic, com cucus-canoros, concluiu-se que mesmo depois de terem sido transportados cerca de 12800 km das suas zonas de reprodução antes da migração, estes conseguiram retornar sozinhos às suas rotas migratórias normais.
Quais as aves que migram?
As aves canoras, marinhas, aquáticas e pernaltas, são as espécies conhecidas no mundo que migram, sendo que é no Hemisfério Norte que existe mais variedade destas aves.
Entre elas estão os fuselos, que se que se reproduzem no Ártico e são considerados uns campeões devido à sua resistência, conseguindo voar por mais de 11 dias seguidos, através do Oceano Pacífico, entre o Alasca e a Nova Zelândia.
A narceja-real é vista como a ave migratória com maior velocidade de voo, uma vez que consegue percorrer distâncias superiores a 6 mil km, atingindo velocidades de 96 Km/h, sem parar, entre a Europa e a África Subsariana.
Compreender o ciclo de migração não tem sido um trabalho fácil para os investigadores, contudo as ferramentas, assim como as iniciativas científicas comunitárias tem-se vindo a aprimorar, sobretudo a tecnologia para seguir as aves de longas distância.
Estes avanços permitem dar aos investigadores um olhar mais detalhado sobre as aves.