Como estão as alterações climáticas a levar à extinção das espécies?
Mais de 1 milhão de espécies correm o risco de desaparecer nas próximas décadas e as alterações climáticas são responsáveis pela extinção de 8%. Podemos estar na sexta extinção em massa das espécies. Saiba mais aqui!
Uma extinção em massa ocorre quando, num curto período de tempo geológico, se perde uma grande parte de espécies, nomeadamente de bactérias, fungos, plantas, mamíferos, répteis, anfíbios, aves, peixes ou invertebrados. Em tempo geológico, um curto período de tempo está associado a milhares ou milhões de anos.
A sexta extinção em massa de espécies sucede aos cinco eventos anteriores, sendo que o último ocorreu há 65 milhões de anos e causou o desaparecimento dos dinossauros.
As alterações climáticas estão a causar diversos fenómenos, como secas severas ou temperaturas muito elevadas, que exacerbam os desafios para manter o nível stress das espécies reduzido e criar condições para que os habitats não se tornem rapidamente inóspitos.
E qual é a razão pela qual nos devemos preocupar com uma possível extinção em massa?
As espécies existem em relação e uma única espécie interage com muitas outras, traduzindo-se em múltiplos benefícios para o ser humano, relacionado com os atributos como o ar puro, a água limpa ou os solos saudáveis.
Quando desaparece uma espécie num determinado ecossistema ou a sua população diminui, estas deixam de manter a sua função e outras espécies acabam por ser afetadas.
E, nesse caso, o potencial de extinção também aumenta, sendo que um declínio significativo na população é indicativo de que um determinado ecossistema poderá entrar em colapso.
Uma grave ameaça para o nosso planeta
Um estudo publicado na revista Science, em 2015, revelava que as alterações climáticas estão a acelerar o processo de extinção de espécies, sendo que se espera o desaparecimento de quase 8% das espécies atuais diretamente relacionado com estas alterações.
Num estudo recente publicado na mesma revista, alertam que a maioria das metas de Aichi estabelecidas na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), realizada na cidade de Nagoya, em 2010, não têm vindo a ser cumpridas e 12 das 20 metas estabelecidas apresentam resultados piores.
Esta redução na biodiversidade natural encontra-se identificada na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Até maio de 2022, foram avaliadas mais de 142.000 espécies para a Lista Vermelha da UICN e identificaram-se mais 40.000 espécies em grande risco de extinção.
Um bom exemplo disso é o que se passa nos Oceanos. O aumento da temperatura e a acidificação dos oceanos estão a transformar os recifes de corais em desertos esbranquiçados, perdendo-se a exuberância de prados submarinos relacionados com algas, peixes, moluscos ou crustáceos. Entre as espécies mais ameaçadas no planeta, encontra-se o urso polar, o panda, o elefante, a baleia ou o chimpanzé.
Se não redefinirmos a nossa ação global, continuaremos a perder a biodiversidade a um ritmo alarmante. Essas perdas, na melhor das hipóteses, levarão décadas para serem revertidas, resultando num planeta menos capaz de suportar as gerações vindouras.
Os seres humanos podem corrigir os problemas das alterações climáticas
Se por um lado o Homem pode provocar mudanças profundas no ambiente e nos habitats, também tem a capacidade de corrigi-los. Este esforço exige uma aposta concertada na descarbonização da economia, através da redução da emissão de gases com efeito de estufa. São necessários métodos mais eficazes e eficientes para a produção de energia, aumentar o consumo responsável e criar sistemas de financiamento para as energias limpas.
E não esquecer que o respeito pela vida selvagem é essencial, devendo promover-se uma gestão adequada das áreas protegidas, nomeadamente através de práticas de ecoturismo. Só assim será possível contribuir para a saúde dos ecossistemas e, por sua vez, para a nossa saúde!