Cientistas um passo mais perto de reverter a perda de audição depois de terem conseguido um avanço em ratos
Os cientistas conseguiram um avanço na reversão da perda de audição em ratos, ajudando-nos a compreender como pode ser revertida em humanos.
Os cientistas conseguiram reverter a perda de audição em ratos - o que nos aproxima da compreensão da potencial reversibilidade da deficiência auditiva.
A investigação foi realizada por cientistas do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência (IoPPN) do King's College de Londres.
Publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo detalha a forma como os investigadores utilizaram uma abordagem genética para restaurar com sucesso as capacidades auditivas em ratos com um gene Spns2 defeituoso, particularmente nas gamas de frequências baixas e médias.
Os ratos receberam uma enzima especializada em diferentes fases da vida, o que levou à ativação do gene e à consequente melhoria da audição.
O que descobriram foi que a eficácia da ativação do gene era mais potente quando iniciada numa idade mais jovem, com efeitos positivos cada vez menores à medida que a intervenção era adiada.
A Professora Karen Steel, uma das principais colaboradoras do estudo e Professora de Função Sensorial na King's IoPPN, destacou as implicações inovadoras das suas descobertas.
"As doenças degenerativas, como a perda auditiva progressiva, são frequentemente consideradas irreversíveis, mas mostrámos que pelo menos um tipo de disfunção do ouvido interno pode ser revertido", afirmou.
"Utilizámos um método genético para mostrar esta reversão como prova de conceito em ratos, mas os resultados positivos devem encorajar a investigação de métodos como a terapia genética ou medicamentos para reativar a audição em pessoas com um tipo semelhante de perda auditiva".
Poderá a perda de audição ser revertida em humanos?
De acordo com a Dra. Elisa Martelletti, primeira autora do estudo, os resultados abrem novos caminhos para a investigação futura, dando esperança ao desenvolvimento de tratamentos inovadores para combater a perda de audição, que afeta uma parte substancial da população idosa. De facto, mais de 50% dos adultos na casa dos 70 anos apresenta um declínio auditivo significativo.
A deficiência auditiva também tem sido associada a riscos mais elevados de depressão, declínio cognitivo e até demência. Embora os aparelhos auditivos e os implantes cocleares tenham sido fundamentais no controlo da perda auditiva, não conseguem restaurar a função auditiva normal ou travar a progressão da doença subjacente.
A investigação serve como um lembrete da necessidade urgente de intervenções médicas capazes de reverter ou retardar a perda auditiva.