Cientistas conseguiram retardar o envelhecimento de células
Investigadores construíram um “relógio” genético biossintético capaz de controlar o envelhecimento das células e prolongar a sua vida. É uma descoberta que, em breve, poderá aumentar a longevidade humana.
A nossa expectativa de vida está relacionada com o envelhecimento das nossas células individuais. Isto porque cada célula possui dentro de si espécies de “circuitos reguladores” de genes, responsáveis por várias funções fisiológicas, incluindo o envelhecimento.
Três anos atrás, investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UC San Diego) decifraram os mecanismos essenciais por trás do processo de envelhecimento das células. Agora, numa investigação recentemente publicada, os investigadores estenderam a sua investigação com resultados incríveis.
Como os cientistas conseguiram alterar e retardar o envelhecimento das células
Como os engenheiros elétricos costumam fazer, os investigadores começaram a fazer simulações computadorizadas de como o circuito de envelhecimento do núcleo opera. Isto ajudou-os a projetar e a testar ideias antes de tentar modificar uma célula real, economizando tempo e recursos.
Anteriormente, os investigadores tinham descoberto que nem todas as células envelhecem da mesma forma. Imagine um carro que pode envelhecer à medida que o motor se deteriora ou à medida que a transmissão se desgasta, mas não ambos ao mesmo tempo.
A equipa imaginou então um processo de envelhecimento inteligente, que estende a longevidade celular ao alternar a deterioração de um mecanismo de envelhecimento para outro. Alteraram geneticamente o circuito que controla o envelhecimento celular, fazendo-o operar como um relógio que faz a célula alternar entre dois estados envelhecidos, evitando o compromisso prolongado com qualquer um deles e, assim, retardando a sua degeneração.
Durante a investigação, a equipa estudou as células de levedura Saccharomyces Cerevisiae como modelo para o envelhecimento das células humanas. O procedimento resultou num aumento de 82% na vida útil das células, o que significa que as mesmas viveram quase o dobro do seu tempo de vida normal.
Esta nova conquista tem o potencial de mudar completamente as abordagens científicas para o atraso do envelhecimento. Diferentemente das tentativas anteriores, que forçavam as células a entrar em estados artificiais de juventude, a nova investigação impediu ativamente que as células se comprometessem com um caminho predestinado de declínio e morte.
A equipa está atualmente a expandir a sua investigação para o envelhecimento de vários tipos de células humanas, incluindo células-tronco e neurónios. A investigação pode mudar completamente a maneira como encaramos a vida no futuro, com o potencial de prolongar amplamente a vida humana.