Ciclone tropical Olivia e a rajada de vento mais poderosa de sempre!
Faz hoje 24 anos que o devastador ciclone tropical Olivia circulou pelo Oceano Índico, próximo à Austrália. Por lá originou chuvas torrenciais e ventos tão fortes que acabou por derrubar uma torre elétrica. Descubra aqui onde foi registada a rajada de vento mais forte da história da meteorologia.
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Faz hoje 24 anos que um inesquecível evento meteorológico extremo assumiu proporções inacreditáveis. Aquilo que começou por ser uma depressão, rapidamente evoluiu para tempestade tropical, transformando-se posteriormente num monstruoso ciclone tropical, o Olivia . Numa questão de dias, um fenómeno meteorológico que pode ter várias designações conforme a área do globo em que se desenvolve (tufão, furacão ou ciclone tropical), provocou danos consideráveis, sobretudo a nível material, gerando enorme prejuízo financeiro.
A efeméride meteorológica que hoje destacamos ocorreu a 10 de abril de 1996, no hemisfério Sul em Barrow Island, a noroeste da costa de Pilbara, muito perto da Austrália . Já tinham decorrido alguns dias desde que o Olivia se formara no Índico, até que, com o passar do tempo, o então ciclone tropical intensificou-se tanto que originou aquela que se acredita ter sido a mais forte rajada de vento alguma vez registada no planeta Terra .
A escala de furacões de Saffir-Simpson foi desenvolvida por Herbert Saffir (engenheiro civil) e Robert Simpson (meteorologista) no princípio dos anos 1970 que classifica a intensidade de um furacão num dado momento. A escala é muito útil para determinar a velocidade do vento. pic.twitter.com/qnoxG8zkG8
— Alfredo Graça (@alfredomgraca95) April 9, 2020
Como se formam ciclones tropicais monstruosos como o Olivia?
Os ciclones são fenómenos meteorológicos muito destrutivos, que todos os anos custam milhares de vidas. São gerados em áreas de baixas pressões abaixo de 950 mbar. Possuem enorme desenvolvimento vertical e provocam fluxos descendentes de vento com velocidades médias superiores a 120 km/h. Atingem frequentemente uma velocidade constante de 250 km/h, com rajadas que podem chegar até aos 360 km/h . À medida que estes furiosos sistemas devastam tudo por quanto passam, podendo arrancar árvores, destruir infraestruturas e potencialmente retirar a vida a pessoas, vastas áreas são inundadas por chuvas torrenciais, quase ‘diluvianas’, que podem apanhar em cheio regiões costeiras devido à perigosa ondulação que se lhes associa .
Normalmente os ciclones tropicais começam como pequenas nuvens de trovoada em mares tropicais e quentes. Se a água estiver suficientemente quente (acima de 24 ºC), várias tempestades podem agregar-se e girar como uma só, avivadas por vento forte em altitude . Eventualmente, derivam para oeste, sobre o mar, atraindo ar quente e húmido e remoinhando em círculos cada vez mais apertados. Apresentam diâmetros entre 600 e 800 km e alturas de cerca de 12 km.
Ao fazer landfall, os ciclones enfraquecem devido à diminuição da entrada de ar húmido e à fricção entre a depressão e a superfície terrestre. As precipitação diárias que originam podem ser superiores a 800 mm e atingir áreas com 100 km de diâmetro em redor do ‘olho’ do ciclone – círculo de baixa pressão do centro do turbilhão.
#DidYouKnow The strongest wind gust ever recorded was 253mph on Barrow Island, Australia in 1996 during TC Olivia. pic.twitter.com/m11hYfQEZy
— World Meteorological Organization (@WMO) October 22, 2014
Os ciclones subdividem-se em diferentes graus de intensidade e uma das escalas usadas para classificar e avaliar estes poderosos fenómenos meteorológicos é a de Saffir-Simpson , variando entre de F0 (Fraco), a F1 (moderado), F2 (Signficativo), F3 (Severo), F4 (Devastador), F5 (Incrível), F6 (inconcebível).
Afinal, o que aconteceu em Barrow Island?
A rajada de vento que passou por Barrow Island atingiu um máximo de 408 km/h ! No entanto, em terra firme australiana, não foi registada qualquer morte. Apesar disso, uma pessoa na cidade de Pannawonica foi ferida por um vidro voador e teve de ser levada de avião para receber assistência médica. Outras nove pessoas registaram ferimentos ligeiros.
O Olivia foi a tempestade mais forte da época 1995/1996 na plataforma noroeste da Austrália. Provocou danos inenarráveis em infraestruturas de petróleo e gás da região, chegando a destruir uma torre elétrica. As características que contribuíram para a severidade deste ciclone tropical foram: uma pressão central baixíssima ( 925 hPa) , uma velocidade de até 113 m/s e a forma elíptica da tempestade, contribuindo para uma dispersão alongada.
O recorde anterior pertencia ao Monte Washington, New Hamshire (EUA), com rajada máxima de vento de 371 km/h registada a 12 de abril de 1934, a 1916 metros de altitude .