Astrónomos estão chocados: descoberto planeta que não deveria existir
Astrónomos encontraram um exoplaneta a orbitar um par de estrelas muito massivas. O problema é que este planeta não deveria existir e desafia tudo o que se sabe sobre a formação de planetas e estrelas no Universo.
O planeta b Centauri b não deveria existir, mas a imagem acima confirma o oposto. Obtida pelo Very Large Telescope da ESO, localizado no Chile, a imagem mostra um sistema estelar composto por duas estrelas supermassivas que orbitam uma em redor da outra, localizadas a 325 anos-luz de nós.
Trata-se de um planeta gigante gasoso que orbita as suas estrelas a uma distância de aproximadamente 560 vezes a da Terra ao Sol. Apesar de ser um gigante gasoso como Saturno, os anéis aparentes em redor do planeta não são anéis reais, apenas erros de imagem.
A massa do planeta é cerca de 11 vezes maior que a de Júpiter, tão massivo que, por pouco, não se tornou uma estrela. Objetos com massas apenas um pouco maiores iniciam fusões nucleares no seu interior e são classificados como estrelas do tipo anã castanha.
Apesar do planeta ser impressionante, são as duas estrelas hospedeiras que tornam este sistema verdadeiramente diferente de qualquer outro já visto. Isto chocou os cientistas e revelou que há muita coisa que não sabemos sobre a formação de planetas no Universo.
O que torna b Centauri b um sistema único que desafia a ciência?
Acontece que as estrelas binárias neste sistema possuem uma massa combinada estimada de até 10 vezes a do Sol. Isto pode não parecer muito, mas é o dobro da massa de qualquer outro sistema estelar conhecido que hospede um planeta.
Estrelas deste tipo (designadas Tipo Espectral B) são extremamente quentes e emitem tanta radiação ultravioleta e raios-X que, em teoria, deveriam interromper o processo de formação dos planetas em seu redor.
De acordo com o Dr. Markus Janson, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, encontrar um planeta neste sistema binário muda completamente aquilo que sabemos sobre a formação de estrelas massivas no Universo.
Ou seja, a descoberta levanta a possibilidade de que b Centauri b formou-se através de um processo diferente do que a teoria convencional prevê. Os autores do estudo supõem que o planeta tenha sido resultado de um disco de acreção próprio, com uma nuvem de gás grande o suficiente para colapsar sobre o seu próprio peso, transformando-se num planeta.
Como estrelas deste tipo nunca foram o foco na procura por exoplanetas, os astrónomos têm agora motivos para acreditar que existem muitos outros planetas como b Centauri b no Universo, que simplesmente foram negligenciados pelas nossas investigações.
Caso esta hipótese esteja correta, seremos capazes de dar um passo a mais na compreensão de como os sistemas planetários se formam e, talvez, desvendar alguns dos mistérios do nosso próprio planeta no processo.