As plantas são mais inteligentes do que aquilo que pensamos
O botânico James Wong aponta para novas descobertas, que demonstram que as plantas são mais inteligentes do que aquilo que nós pensamos. Aliás, uma planta é capaz de fazer coisas que usualmente são reservadas aos animais ou ao ser humano. Descubra aqui mais!
As plantas têm capacidades extraordinárias e a ciência vem agora demonstrar que podem perceber sinais elétricos, de temperatura, de forças eletromagnéticas, dos metais pesados, de agentes patogénicos, da gravidade e muito mais.
Um dos autores mais renomados a nível internacional em neurobiologia vegetal, Stefano Mancuso, afirma que as plantas têm cérebro, possuem corrente eletromagnética, dormem, comunicam e constroem as próprias estratégias de sobrevivência.
Enumeramos-lhe, de seguida, várias razões para que as plantas possam ser consideradas tão inteligentes.
As plantas comunicam através de aromas
Em primeiro lugar, as plantas comunicam através de aromas, que mais não são do que compostos orgânicos movimentados pelo ar. Esse cheiro é captado por determinadas partes da mesma planta ou por outras plantas, que se encontram próximas, fazendo com que reajam entre elas ou alterem as suas defesas.
Por exemplo, uma folha ao ser comida por um inseto ou lagarta vai receber um alerta da planta, fazendo com que as folhas próximas captem e ajam para repelir o inseto ou atrair predadores destes insetos, como pássaros ou vespas.
Algumas plantas conseguem comunicar com dialetos
As Artemisias Vulgaris, normalmente, conhecidas como artemísias (utilizadas como plantas medicinais para a menstruação irregular, cólicas menstruais e para acalmar a ansiedade) são reconhecidas pela capacidade de comunicar através de dialetos regionais.
Um professor da Universidade da Califórnia, Rick Karban, descobriu que os seus arbustos eram eficazes na comunicação com as plantas vizinhas. Numa investigação científica, testaram a capacidade de comunicação de artemísias localizadas a mais de 200 km de distância e verificaram que os dialetos destas plantas eram claramente diferentes, com consequências na capacidade de crescimento das mesmas.
As plantas também conseguem associar os sons às fontes de luz
O cientista russo Ivan Pavlov descobriu que os seus cães aprenderam a associar a chegada da ração ao som de um sino. Sendo assim, Pavlov tocava sempre uma campainha antes de servir a refeição e os cães chegavam durante o toque da mesma.
Recentamente, na University of Western Australia, a Drª. Monica Gagliano, efetuou um teste semelhante com as ervilhas e descobriu que as plantas têm o mesmo tipo de comportamento perante uma fonte de luz.
As plantas trocam mensagens entre si através das raízes
Um outro aspeto relevante prende-se com o facto das plantas serem capazes de comunicar através de substâncias emitidas pelas raízes ou pelas fragâncias das suas folhas. Caso as plantas sejam organizadas em fileiras, com várias raízes compartilhadas, evidências científicas dizem que podem trocar entre si sussurros “chineses”.
Neste sentido, as plantas podem passar uma mensagem desde a primeira raiz de uma planta até à última planta na mesma fileira de vasos. Quando se lembram da mensagem transmitida, podem agir no caso de necessidade.
As árvores alimentam os seus pares
A partilha de nutrientes entre árvores é algo comum e entre familiares é ainda mais natural. As árvores usualmente encontram-se conectadas através de uma rede fúngica subterrânea, através de um sistema simbiótico que une as raízes das árvores. Esta associações entre fungos e raízes de determinadas plantas designa-se por micorriza.
Para Suzanne Simard, especialista em ciência das plantas, este processo pode ser designado de “wood wide web”, já que as árvores transmitem informações e nutrientes por via da micorriza. E o mais curioso neste processo é que as árvores podem reconhecer os seus parentes e enviar mais carbono do que para aqueles que desconhecem.
Da University of Reading, o Dr. Brian Pickles patenteou estas evidências através da conexão entre solos de floresta rica em fungos e aquelas que não partilhavam qualquer tipo de ligação e notou algumas diferenças, embora não muito significativas.
As plantas também têm sentimentos
Engraçado é que todos nós já ouvimos dizer que devemos falar com as plantas para que elas sobrevivam ou cresçam mais rápido, e tal é mesmo comprovado pela ciência. As plantas não têm cérebro, mas podem fazer muitas coisas, para as quais – nós humanos – necessitamos de cérebro e órgãos sensoriais.
As plantas podem perceber muitas informações sobre a luz, a química dos cheiros ou a vibração dos sons. As plantas são bem mais perspicazes sobre aquilo que acontece no ambiente envolvente do que aquilo que pensamos. Podem, por exemplo, identificar os predadores herbívoros que atacam as folhas.
De facto, as plantas são munidas de uma inteligência acima de normal. Quando questionado sobre a relevância dos 5 sentidos também nas plantas, o Prof. Rick Karban foi perentório e afirma que as plantas têm 5 sentidos e ainda mais alguns.