Aparentemente a poluição causa a redução do brilho da luz solar
A quantidade de luz solar que penetra na atmosfera e atinge a superfície do planeta tem variado ao longo de várias décadas. Um estudo sugere isto pode estar relacionado com a atividade antrópica. Saiba mais aqui!
Os investigadores repararam, pela primeira vez, no declínio consistente do brilho do planeta em diferentes partes do mundo no final da década de 1980. Já na década de 1950, algumas regiões da União Soviética mostraram uma queda no brilho proveniente da luz solar de quase 30%.
Anos depois disto acontecer, a União Soviética baniu os aerossóis prejudiciais e passou do efeito de ‘escurecimento global’ para o clareamento.
O que é o escurecimento global?
De forma simplificada, o escurecimento global é a redução constante da radiação solar direta na superfície do planeta. Tem sido um fenómeno observado e sujeito a medições sistemáticas desde a década de 1950.
Este fenómeno foi nomeado pelo cientista inglês Gerry Stanhill, que comparou os registos da luz solar em alguns países, nos anos 50, com os relatórios atuais. Stanhill denotou uma queda de 22% na luz solar em Israel, um declínio de 10% nos EUA, uma redução de 16% em algumas partes das Ilhas Britânicas e de 30% na União Soviética.
O escurecimento global tem um efeito reverso no aquecimento do planeta devido à redução do calor solar que atinge a superfície da Terra. No entanto, estes efeitos variam, dependendo do local.
No entanto, após a década de 1950, algumas áreas relataram um declínio na redução da luz solar (entre 4 a 8%) na Europa e na América do Norte, entre 1961-1990, resultando assim, na recuperação espacial ou no clareamento global.
Poluição e escurecimento global
Os aerossóis são um dos principais culpados por trás do fenómeno de escurecimento global. Há muito que se suspeita que as partículas finas criam neblinas na atmosfera que, consequentemente, bloqueiam a entrada da luz solar na atmosfera. Esta nova investigação mostra que esta forma de poluição reflete virtualmente todas as formas de radiação que encontra na atmosfera enquanto reflete ou absorve luz.
Se as partículas finas são ou não as únicas responsáveis por décadas de escurecimento global, é uma questão que permanece em debate na comunidade científica, com muitos a argumentar que a variabilidade natural, como a absorção da luz do sol pelas nuvens, é um fator mais relevante para a contribuição da quantidade de luz na superfície do planeta do que a poluição.
No entanto, um novo estudo, publicado na Geophysical Research Letters, analisou as variações da luz solar em condições de céu limpo e/ou nublado na Europa Central, e mostra que a poluição causada pelo homem é, de facto, a principal culpada por trás deste fenómeno de escurecimento.