Anomalias climáticas e eventos extremos no globo em 2019
Ao longo dos últimos anos tem-se verificado no globo a ocorrência de eventos extremos, cada vez mais frequentes e intensos. 2019 foi um ano com registos de anomalias climáticas significativas bem como de eventos extremos. Contamos-lhe mais aqui.
Por todo o globo houve registos extremos de temperatura, precipitação e ventos associados a fenómenos meteorológicos. Com base em dados da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration - nos EUA) e da OMM (Organização Meteorológica Mundial) apresentam-se as anomalias mais significativas que ocorreram em 2019 no globo.
E a temperatura?
Em relação à temperatura, além de 2019 ter sido o segundo ano mais quente registado, é de assinalar que em várias regiões do globo as temperaturas atingiram valores recorde. No Alasca, por exemplo, o ano 2019 foi o mais quente desde que há registos.
Na Europa 2019 foi o segundo ano mais quente a seguir a 2018, e registaram-se várias e intensas ondas de calor com temperaturas a baterem recordes em muitas regiões. Os anos 2014-2019 são os seis anos mais quentes registados na Europa. Na América do Norte também as temperaturas estiveram muito acima dos valores normais enquanto que, na América do Sul o ano 2019 foi o segundo mais quente desde que há registos, há 110 anos. O ano mais quente ocorreu em 2015.
No México agosto foi o mês de agosto mais quente alguma vez registado. África registou o seu terceiro ano mais quente, a seguir a 2016 e 2010. Os 10 anos mais quentes em África ocorreram desde 2005. Na Ásia 2019 foi o terceiro ano mais quente em 110 anos de registos. Só os anos 2015 e 2017 foram mais quentes. A Austrália registou o ano mais quente de sempre desde que se iniciaram os registos em 1910 e, na Nova Zelândia, 2019 foi o quarto ano mais quente registado.
Ciclones tropicais
Em 2019 no oceano Atlântico, durante a época dos furacões, registou-se uma atividade acima do normal com ocorrência de 6 furacões e 18 tempestades. De assinalar o furacão Dorian, que ocorreu em agosto/setembro, com ventos a atingir os 295 km/h. Foi o furacão mais forte a afetar as Bahamas.
Na parte noroeste do oceano Pacífico durante a época dos tufões, houve uma atividade acima da média com ocorrência de 14 tufões e 25 tempestades. De referir o tufão Hagibis, com ventos máximos de 260 km/h, tendo sido um dos tufões a intensificar-se mais rapidamente na região. Na parte norte do oceano Índico a atividade foi acima da média com ocorrência de 6 ciclones e 8 tempestades tendo-se registado pela primeira vez três ciclones com ventos máximos superiores a 185 km/h.
No Mar da Arábia o ciclone Kyarr que ocorreu em outubro, atingiu ventos de 240 km/h e foi um dos ciclones mais intensos daquela região. De igual modo, na parte sul do oceano Índico, a atividade foi acima da média com 13 ciclones e 16 tempestades. O ciclone Idai que atingiu Moçambique em março de 2019, com ventos acima de 200 km/h, foi um dos ciclones que causou mais vítimas e perdas económicas de todos os ciclones que ocorreram na parte sudoeste do oceano Índico.
Calotes polares
No período de inverno a extensão do gelo no Ártico foi a sétima mais pequena, enquanto que no período de verão o gelo atingiu a segunda dimensão mais pequena. Na Antártida no inverno, a dimensão da extensão do gelo foi um pouco abaixo da média, mas durante o verão foi a sétima extensão de gelo mais pequena registada.