Alimentação saudável ajuda crianças com problemas respiratórios

De acordo com um estudo que envolve cientistas portugueses, as crianças que seguem uma dieta saudável tendem a apresentar menores problemas nas vias aéreas. Fique a saber mais aqui!

Dieta saudável
Segundo um estudo, uma dieta saudável e considerada "amiga do planeta" pressupõe um consumo de carne moderado e realça o consumo de frutas e legumes.

De acordo com um estudo divulgado pelo Jornal de Notícias e publicado na revista científica Nutrients, as crianças que seguem uma dieta considerada "amiga do planeta", ou seja saudável, tendem a apresentar menores níveis de inflamação nas vias aéreas.

Este estudo foi levado a cabo por um grupo de cientistas da cidade do Porto e envolveu cerca de 660 crianças das escolas da mesma cidade.

Os investigadores pretendiam descobrir se uma criança com uma alimentação mais saudável tem uma menor prevaleça de doenças como a asma e menor inflamação das vias aéreas e de facto conseguiram prová-lo.

"Reconhecer o impacto do consumo de alimentos na asma e na inflamação das vias respiratórias, juntamente com os seus efeitos ambientais, pode ajudar a desenvolver diretrizes clínicas e de saúde pública mais precisas relativamente aos padrões alimentares para uma melhor saúde ".
Mónica Rodrigues, autora principal do estudo.

Como base desta investigação, os cientistas da Universidade do Porto fizeram uma associação entre a alimentação e a saúde das crianças.

A dieta foi avaliada através do PHDI e quanto maior fosse o índice apresentado, mais saudável e sustentável seria a sua dieta.

No que respeita a saúde respiratória foi realizado um diagnóstico médico e ainda foi observado o índice de massa corporal.

Mas o que significa ter uma "dieta amiga do ambiente"?

Considerar-se uma dieta sustentável aquela que enaltece o consumo de produtos de origem vegetal, como as leguminosas, frutas, cereais integrais, limitando o consumo de carne, ovos, peixe tal como as suas versões processadas.

Porém, este tipo de dieta não elimina na totalidade a carne, apenas sugere o seu consumo mais moderado, pois a carne, principalmente a bovina tem um importante peso no nosso sistema alimentar no que toca às emissões de gases com efeito de estufa.

De acordo com a FAO (agência para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas) estima-se que as emissões provocadas pela pecuária representem quase 15% da pegada carbónica global.

Asma e a alimentação
Evidências científicas mostram que, para evitar o agravamento do padrão inflamatório da doença, ter uma alimentação equilibrada e, de preferência, rica em alimentos frescos e antioxidantes, pode fazer toda a diferença.

Os autores deste estudo afirmam que estas dietas mais sustentáveis, que são geralmente mais ricas em hortícolas, frutas e leguminosas, são alimentos tipicamente mais ricos em antioxidantes, que têm propriedades anti-inflamatórias.

No entanto, este "efeito protetor" na redução da inflamação respiratória apenas é considero nas crianças sem excesso de peso.

Todavia nem todas as crianças que têm inflamação nas vias aéreas sofrem de asma, mas as crianças com asma normalmente têm inflamação nas vias aéreas, conclui o estudo.

Referência do artigo:
Rodrigues, M. et al., 2024, The Planetary Health Diet and Its Association with Asthma and Airway Inflammation in School-Aged Children.