Alerta: o hábito de ficar muito tempo sentado traz vários riscos para a saúde
Um estudo recente alertou que passar mais de 11 horas sentado pode fazer mal ao coração. Veja quais os outros riscos que este hábito pode causar para a nossa saúde.
Um novo estudo, publicado recentemente na revista Journal of the American Heart Association, afirma que o hábito de passar muito tempo sentado (mais de 11 horas ininterruptas por dia) é perigoso para a saúde.
Isto aumenta em 78% o risco de morte por doenças cardiovasculares (doença coronariana fatal, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, etc.) e em 57% o risco de morrer por qualquer outra enfermidade.
Os riscos desse hábito para a saúde
Os investigadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, avaliaram o tempo sedentário de 5.856 mulheres idosas utilizando um acelerómetro – dispositivo colocado no quadril que deteta a postura e a movimentação. Os dados foram processados por um algoritmo, que excluiu as horas de sono. Com isso, os registos de saúde das mulheres foram acompanhados durante 8 anos (de 2014 até 2022).
Segundo o estudo, os riscos citados acima foram geralmente consistentes entre idade, índice de massa corporal, funcionamento físico, fatores de risco de doenças cardiovasculares e raça e etnia, o que aumenta a confiança nos resultados.
Everton Crivoi do Carmo, doutor em Ciências do Desporto e educador físico no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação, disse que “o resultado corrobora que o comportamento sedentário aumenta o risco de morte, e o dado é interessante porque coloca um corte, um número de horas”.
O especialista explicou outro risco desse hábito. Segundo ele, sem a exigência de se adaptar para responder a um esforço, o coração vai ficando menor e mais fraco. Com isso, tem-se um aumento da glicose em circulação, já que ela não precisa de ser utilizada como combustível para os músculos, e, por sua vez, diminui a sensibilidade à insulina, gerando a predisposição ao diabetes.
O hábito de ficar muito tempo parado também aumenta os triglicerídeos e os marcadores pró-inflamatórios no sangue. Além disso, a falta de ativação muscular prejudica a capacidade de produzir força. “A pessoa cansa-se por qualquer coisa, então submete-se cada vez menos a esforços, o que a faz perder mais força, deixando-a ainda mais cansada e gerando um ciclo vicioso”, diz Everton.
O alerta dos problemas que o sedentarismo traz também vale para os mais jovens. “Em qualquer idade, não adianta passar duas horas na academia e ficar o resto do dia sentado”, disse Everton.
O especialista também dá algumas dicas para evitar o sedentarismo: “O nosso dia-a-dia estimula o comportamento sedentário, mas é preciso pensar em estratégias para manter um estilo de vida ativo, com pequenos exercícios ao longo do dia, seja fracionando-os, seja aproveitando as oportunidades para caminhar ou subir escadas, por exemplo”, disse.
O estudo afirma que “reduzir o comportamento sedentário geral e interromper a sessão prolongada, além de promover a atividade física, poderia trazer grandes benefícios para a saúde pública numa sociedade em envelhecimento”.
Referência da notícia:
Nguyen, S. et al. Prospective Associations of Accelerometer‐Measured Machine‐Learned Sedentary Behavior With Death Among Older Women: The OPACH Study. Journal of the American Heart Association, v. 13, n. 5, 2024.