Vinhas de Chablis voltam a iluminar-se de noite no combate às geadas: eis as imagens vindas de França

Nestes últimos dias os produtores de vinho em Chablis (Yonne, França) viram-se obrigados a acender tochas entre as vinhas, para as proteger do frio gerado pelas temperaturas baixas e das geadas tardias. Eis as imagens vindas de França.

Nestes últimos dias, as temperaturas baixas e a formação de geadas tardias em Chablis, comuna na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, departamento de Yonne, Nordeste de França, obrigaram alguns produtores de vinhos franceses a acender tochas no meio das suas vinhas, durante o período noturno, para as proteger do frio.

Esta região de França é famosa pelos seus vinhos prestigiantes e, tradicionalmente, recorre-se a este método para a criação de zonas de ar quente, para se evitar o congelamento das plantas mais jovens e para tentar mitigar a perda de colheitas.

Nas imagens gravadas por Jérémy Faillat pode-se observar o fogo bruxuleante das tochas, dispostas em múltiplas linhas paralelas em redor das vinhas, a criar zonas de ar quente que evitam (ou tentam evitar) o congelamento, numa tentativa de mitigação da destruição das culturas vinícolas.

De acordo com as mais recentes informações meteorológicas - que podem ser consultadas nos nossos mapas da Meteored - a próxima noite será a quarta e última noite consecutiva de geada prevista para o departamento de Yonne.

Prevê-se que o céu fique limpo durante a noite e que as temperaturas baixem até aos 0 ºC ou -1 ºC (possivelmente -2 ºC nalguns locais mais abrigados), na madrugada e manhã de quinta-feira, 25 de abril. As temperaturas voltarão a subir na sexta-feira, dia 26.

geada
As geadas podem ter três principais origens: a chegada de uma massa de ar muito fria pode gerar a geada de advecção; aquela que nasce do arrefecimento noturno chama-se geada de radiação e a evaporação da humidade do solo numa massa de ar relativamente seca designa-se de geada de evaporação.

Além do frio e da geada, que outro fenómeno meteorológico está a agravar a situação?

Há outro fator natural que agravou esta situação, muito prejudicial para os produtores de vinho franceses: uma parte significativa destas videiras situa-se em zonas deprimidas onde ocorre o processo de inversão térmica, um fenómeno meteorológico que retém o ar frio junto da superfície, algo que contribuindo ainda mais para o ambiente gélido destas zonas.

Os vinhateiros têm receio de que o frio e as geadas tardias “destruam” as uvas nascidas em março e arrasem com a produção de vinho.

Para conseguirem proteger as plantas do congelamento, os vinhateiros recorrem a um método de aquecimento que consiste na utilização de velas, tochas, cabos elétricos ou através do esguichamento de água: deste modo a água gera uma delgada camada de gelo, mas apenas até um ponto em que a vinha não ultrapasse o ponto de congelamento.