Vêm aí as chuvas de estrelas Dráconidas e Oriónidas: quando serão?
O mês de outubro brinda-nos com mais fascinantes fenómenos astronómicos: as chuvas de meteoros Dracónidas e Oriónidas que se preparam para iluminar o céu noturno nas próximas semanas. Não perca a oportunidade de as observar!
A estação outonal é uma altura do ano muito desejada pelos aficionados da Astronomia, sobretudo no mês de outubro, devido à sua prolificidade. Até 21 de dezembro, momento em que se dá o solstício de inverno, os eventos astronómicos não vão dar tréguas no céu. Este mês vamos ser brindados por duas das mais conhecidas “chuvas de estrelas”: as Dracónidas e as Oriónidas.
As Dracónidas: quando e como vamos poder contemplá-las?
A atividade das Dracónidas costuma ser muito modesta e de fraca intensidade, contudo, também lenta, comparativamente a outras chuvas de meteoros, o que a torna especial. Vão exibir um período de atividade muito curto – apenas 4 dias – e terão início já no dia 6, próxima quarta-feira, terminando no dia 10.
Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, o instante de atividade máxima das Dracónidas ocorrerá no dia 8 às 18h30, cinco dias antes da Lua atingir a fase de quarto crescente. No dia 8 poderemos assistir, em média, a 10 meteoros por hora, que atravessarão os céus a uma velocidade de 21 quilómetros por segundo (km/s).
Também conhecida como Giacobínidas, esta é uma chuva de meteoros que remete a sua designação para o cometa 21P/Giacobini-Zinner, descoberto em 1900. Apesar disso, a sua origem remonta à constelação do Dragão (Draco) que lhe confere o nome pela qual é mais conhecida. Isto porque o nome Dracónidas deriva dos traços das suas estrelas cadentes, que parece que saem de um ponto da constelação do Dragão.
Para melhor as observarmos e saborear em pleno da sua contemplação, teremos de esperar que o panorama meteorológico seja favorável. O ideal é evitar as noites nubladas e a poluição luminosa – presente nas grandes cidades. Além disso, procurar por lugares com boa altitude, como montanhas, é o ideal para encontrar o horizonte desimpedido e livre para uma boa observação.
Recomenda-se, também, chegar entre meia hora a uma hora antes do “espetáculo” ter início para que a nossa visão se adapte à escuridão da noite. Sem dúvida, ainda há um último aspeto a salientar, fulcral na hora de decidir que local escolher para dar início à observação da chuva de estrelas: ter em conta as fases lunares (quarto minguante, crescente, lua nova ou cheia), muito importantes na questão da visibilidade.
Outubro não se fica por aqui: ainda teremos as Oriónidas para desfrutar
Durante alguns dias, as chuvas de meteoros Dracónidas e Oriónidas vão partilhar o céu. As Oriónidas começaram ontem, 2 de outubro e estarão visíveis no céu noturno até ao próximo 7 de novembro, apresentando um período de atividade significativamente mais extenso que as Dracónidas. Esta chuva de meteoros ocorre todos os anos e, em média, surgem 20 meteoros por hora, a uma velocidade de 66 quilómetros por segundo (km/s), pelo que são muito mais velozes do que as Dracónidas.
Em 2021 prevê-se que as Oriónidas atinjam o seu auge no dia 21 de outubro. Dependendo das condições atmosféricas, pode ser que esteja uma boa noite para as apreciarmos.
Esta chuva de meteoros resulta dos detritos deixados pelo cometa Halley, visto pela última vez desde a Terra em 1986, e que orbita em torno do Sol a cada 76 anos. Os fragmentos deste cometa, como as de tantos outros, desfazem-se em ‘pedacinhos’ ao penetrar na nossa atmosfera, originando o belo espetáculo luminoso que tanto nos encanta. À semelhança das Dracónidas, as Oriónidas “ganharam” o seu nome porque os traços das suas estrelas cadentes parecem sair dum ponto da constelação de Orionte, cujo radiante se localiza precisamente na constelação de Orionte.