Vem aí a chuva de meteoros Líridas, não perca!
Como em todos os anos, o mês de abril reserva-nos a fantástica oportunidade de desfrutar de uma chuva de estrelas: as Líridas. Em 2021, quando e como vamos poder observar estes meteoros a partir de Portugal? Contamos-lhe tudo aqui!
Se tem paixão em observar o céu noturno, não perca a oportunidade de observar a chuva de meteoros das Líridas que irá ocorrer ainda neste mês de abril. Após ler este artigo, tome nota das datas, escolha um local isolado e relativamente escuro e abrigado de pessoas (por causa da pandemia), reforce o seu agasalho, prepare a máquina fotográfica e desfrute deste fenómeno.
De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), em meados de abril de 2021 terão início as chuvas de meteoros das Líridas. São conhecidas desde tempos antigos pelo Homem, uma vez que surgem em registos chineses datados de 687 a.C quando cronistas descreveram que “as estrelas caem como chuva”. São também das que menor intensidade apresentam, embora isso não signifique que, dependendo das condições e tendo sorte, não seja uma chuva de estrelas fascinante.
Quando e como vamos poder assistir?
O OAL afirma que este ano a chuva de Líridas terá uma duração de visibilidade entre 14 e 30 de abril, com a atividade máxima de somente 18 meteoros por hora, estando dentro da norma para este fenómeno. O pico desta chuva de meteoros em Portugal ocorrerá às 14 horas do dia 22 de abril, o que impedirá a observação do máximo da atividade no preciso pico, contudo, pode optar por tentar observar o céu nessa mesma noite ou na anterior, dado que são as potencialmente mais prováveis.
Como explica o OAL, o nascimento desta constelação só tem início após a meia-noite, a nordeste, pelo que as observações deverão começar na segunda metade da noite, isto é, da meia-noite em diante. Assim, a qualquer altura, especialmente após a meia-noite, e sobretudo nas noites de 21 e 22 de abril, a sorte poderá sorrir-lhe. Escolha um local no qual as Líridas possam ser visíveis sob um céu escuro e sem nebulosidade. Nos locais com mais iluminação artificial, torna-se difícil ou praticamente impossível apreciar esta chuva de meteoros.
A origem e designação das Líridas
Mas afinal, qual é a origem e designação das Líridas? O nome atribuído a esta chuva de meteoros resulta do facto dos traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação de Lira, porém, a sua fonte é outra. Na verdade, o cometa Thatcher é o berço desses meteoros.
Todos os anos, em abril, o planeta Terra atravessa-se na trajetória orbital desse cometa, que a última vez que cá passou foi na primavera de 1861. Seis anos mais tarde, em 1867, o professor Edmond Weiss, de Viena, percebeu que a órbita do cometa Thatcher iria coincidir com a Terra por volta do dia 20 de abril e mais tarde, ainda no mesmo ano, o astrónomo Johann Gottfried Galle confirmou a ligação entre esse cometa e as Líridas.
Assim, todas as vezes que cruzamos em abril a trajetória orbital do Thatcher, fragmentos expelidos por este cometa cobrem a sua órbita e invadem a parte superior da atmosfera da Terra a cerca de 177.000 quilómetros por hora. É no momento em que a Terra passa por um conjunto compacto de destroços do cometa que um número significativo de meteoros pode ser observado.
As Líridas normalmente produzem entre 10 a 20 estrelas cadentes por hora, e cada uma desloca-se a cerca de 50 quilómetros por segundo. Em suma, as Líridas são o legado do cometa Thatcher, ou seja, os meteoros que vemos agora são as minúsculas partículas que foram lançadas por esse cometa, nas visitas anteriores ao sistema solar.
Não perca esta oportunidade de observar o céu noturno, uma vez que a próxima grande chuva de estrelas cadentes no hemisfério Norte não irá ocorrer até que chegue o verão.