Vem aí a chuva de meteoros das Dracónidas: saiba quando e dicas úteis para observá-las

Outubro irá brindar-nos com uma nova ‘fornada’ de incríveis fenómenos astronómicos. Um deles será a chuva de meteoros das Dracónidas, que iluminará o céu noturno durante algum tempo. Saiba quando e sugestões úteis para as observar!

Dracónidas
A chuva de meteoros das Dracónidas é modesta e tem um período de atividade muito curto. Não perca a oportunidade de a observar!

O outono é uma estação do ano muito aguardada pelos fãs e amantes da Astronomia, especialmente quando chegamos ao décimo mês do ano - outubro - graças à sua ‘fertilidade’ em fenómenos celestiais incríveis, potencialmente observáveis e merecedores de contemplação do céu noturno.

Até ao próximo solstício de inverno - 21 de dezembro de 2024 - os eventos astronómicos não vão dar tréguas. Neste outubro vai ser possível testemunhar a chuva de meteoros das Dracónidas, visíveis apenas no Hemisfério Norte.

Saiba quando poderá apreciar este fenómeno astronómico

A atividade das Dracónidas costuma ser bastante modesta e apresenta uma fraca intensidade. Porém, como é mais lenta do que outras chuvas de meteoros, este aspeto torna-a especial. De acordo com o Royal Museums Greenwich, em 2024, a chuva de meteoros Dracónidas estará ativa entre domingo, dia 6 e quinta-feira, 10 de outubro, com o seu pico a ser atingido entre os dias 8 e 9 de outubro. A melhor altura para as observarmos será à noite.

As Dracónidas são normalmente uma chuva de meteoros muito modesta, gerando cerca de 20 meteoros por hora, com uma velocidade de 20 quilómetros por segundo. Para os observadores na latitude de Portugal continental (37-42° Norte), o radiante das Dracónidas estará mesmo acima do horizonte durante toda a noite.

Segundo o Instituto Geográfico Nacional espanhol, o pico da atividade das Dracónidas ocorrerá a 8 de outubro por volta das 14:00 horas, hora de Portugal continental e Madeira (-01:00 hora nos Açores), dois dias antes do quarto crescente, pelo que a sua observação será mais favorável após o pôr do sol do nosso satélite natural.

Apesar disso, poderão existir picos secundários perto do nascer do Sol nesse dia, produzidos pelos filamentos de poeira emitidos pelo cometa progenitor em etapas anteriores, pelo que a visão antes do crepúsculo matinal poderá ser favorável.

Esta chuva de meteoros, também conhecida como Draconídeas ou Giacobínidas, remete a sua designação para o cometa 21P/Giacobini-Zinner, descoberto em 1900. Apesar disto, a sua origem remonta à constelação de Draco ou Dragão, que lhe confere o nome pela qual é mais conhecida. Isto porque o nome Dracónidas deriva dos traços das suas estrelas cadentes, que parecem sair de um ponto da constelação de Draco.

Dicas úteis para uma boa observação das Dracónidas

A fim de melhor observarmos e contemplarmos este fenómeno astronómico, é preciso esperar que as condições meteorológicas sejam favoráveis. Idealmente, as noites nubladas e a poluição luminosa presente nas grandes urbes e cidades devem ser evitadas. Além disto, procure por lugares com boa altitude, tais como serras ou montanhas. Para uma boa observação noturna o ideal passa por encontrar o horizonte desimpedido e livre de obstáculos à sua visão.

Outra das nossas recomendações tem a ver também com a sua visão. Aconselhamos que chegue ao local onde decidiu observar o “espetáculo” das Dracónidas entre 30 minutos a 1 hora antes para que os seus olhos se possam adaptar à escuridão da noite.

Por último, há ainda um último aspeto essencial que deve ser mencionado: quando tiver que escolher o local em que irá observar a chuva de meteoros tem de ter em conta as fases lunares (quarto minguante, quarto crescente, lua nova ou lua cheia), pois são importantíssimas no que diz respeito à visibilidade do fenómeno.

Curiosidades acerca das Dracónidas

Apesar da chuva de meteoros das Dracónidas ser normalmente bastante modesta, houve anos em que isso não foi assim. Em 1933 e 1946 estes meteoros proporcionaram espetáculos fascinantes, com uma taxa de milhares de meteoros por hora. Mais recentemente, em outubro de 2011, a contagem de meteoros por hora ultrapassou os 600, mesmo com a Lua a tornar mais complicada a observação.