Valença abate eucaliptos e planta 100 mil árvores autóctones
O município aproveitou o projeto Condomínios de Aldeia para se proteger contra os fogos florestais. Saiba também o que está a fazer Oliveira do Hospital, que, em 2017, perdeu 90% da sua mancha florestal.
O município de Valença, na região do Alto Minho, está a desmatar uma área de eucaliptos superior a 120 hectares, que já está a ser replantada com árvores autóctones.
Doze manchas arbóreas vão renascer nas freguesias de Sanfins, Gondomil, Taião, Gandra, Cerdal e Boivão, com o intuito de tornar a paisagem mais resiliente aos fogos florestais. Segundo o comunicado da autarquia, todas as áreas intervencionadas estão a ser plantadas com proteção e adubagem incluída.
A plantação destas árvores implica um amplo trabalho de desmatação, limpeza e erradicação do eucalipto e outras espécies exóticas. Os trabalhos incluem ainda a abertura e manutenção de caminhos florestais e a construção de um parque de merendas em Gondomil.
Para levar a cabo a reconversão das áreas florestais, a câmara municipal recorreu a verbas superiores a 200 mil euros do projeto Condomínios de Aldeia. A iniciativa, como tal, não se esgota no município de Valença, um dos mais afetados pelos fogos florestais em 2024.
Meta até 2025: 800 Condomínios de Aldeia
O alcance dos Condomínios de Aldeia é mais vasto, abrangendo todo o território rural do país e implicando um investimento total de 575 mil euros financiados pelo Fundo Ambiental a 100%, através do Programa de Recuperação e Resiliência.
Com a meta de criar 800 Condomínios de Aldeia até ao final de 2025, esta medida foi lançada em 2021 como uma forma de proteger as aldeias localizadas em paisagens rurais. O programa, criado para atuar especificamente na envolvente de áreas urbanizadas mais vulneráveis, aprovou até à data cerca de 600 candidaturas.
O que se pretende, acima de tudo, é promover a alteração do uso do solo em áreas de mato e florestas. A reconversão tanto pode passar pela introdução de terrenos agrícolas, construção de zonas de recreio e lazer ou implementação de parques naturais.
Abrantes, Seia, Mação, Oleiros, Fundão ou Sardoal estão entre as várias dezenas de municípios que já viram as suas candidaturas aprovadas durante o ano de 2024.
Proteger as populações e restaurar a biodiversidade
Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, que, em 2017, viu mais de 90% do seu território florestal destruído pelo grande incêndio do dia 15 de outubro, está entre as autarquias que se encontra a concluir os trabalhos de limpeza de reflorestação. Três novos Condomínios de Aldeia, estão a ser implementados nas localidades de Pedras Ruivas, Ponte das Três Entradas e Póvoa das Quartas.
Os projetos visam aumentar a resiliência destas três aldeias, localizadas em territórios vulneráveis de floresta, recorrendo a medidas para reduzir os riscos associados a focos de incêndios. As intervenções incluem ainda o apoio aos proprietários na manutenção do perímetro de segurança, através da gestão e controlo de combustíveis na envolvente das áreas edificadas.
Restaurar os serviços ecossistémicos e a biodiversidade das florestas, promovendo a segurança das populações e a economia local é o objetivo transversal das iniciativas promovidas pelo município. Outras intervenções estão por isso incluídas neste programa, como é o caso da recuperação dos terrenos agrícolas ou agroflorestais abandonados e a criação de pomares agrícolas.
Referências do artigo
Câmara Municipal de Valença. “Valença planta 100 mil árvores”.
Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. “Município avança com novos Condomínios de Aldeia”.
Recuperar Portugal. “Condomínios para proteger as florestas”.