Vai nascer no Porto um centro de engenharia oceânica por 30 milhões de euros
A cidade do Porto vai ser a sede do primeiro centro de excelência em engenharia oceânica português. O Inesc Tec.Ocean contará com um investimento de 30 milhões de euros. Este projeto será liderado pelo Inesc Tec e terá foco nas energias renováveis offshore e na monitorização do mar.
O funcionamento do projeto InescTec.Ocean terá início em 2025 e será desenvolvido nas instalações do Inesc Tec, na cidade do Porto, nos primeiros quatro anos. O objetivo passa por fomentar a investigação e o desenvolvimento da economia azul, catalisando o grande potencial marítimo de Portugal. Os trabalhos irão ter como principais áreas de foco os domínios das energias renováveis offshore e a avaliação de impactos ambientais no mar, entre outros.
Este centro de engenharia oceânica será o primeiro do género (área marítima) a ser implementado em Portugal e o sexto projeto a receber financiamento do programa europeu Horizonte Europa, promovido pelo concurso Teaming for Excellence. O financiamento será assegurado em 50% pela União Europeia (UE), com os outros 50% a serem injetados pelo Governo português. No total serão despendidos 30 milhões de euros.
Qual é o grande objetivo do INESC-TEC.Ocean?
De acordo com o jornal Público, o principal objetivo do InescTec.Ocean não passa apenas pela investigação científica, mas antes pelo aumento de indicadores do país na engenharia oceânica. Ainda de acordo com o mencionado jornal - que cita Diana Viegas, investigadora sénior do Inesc Tec e Doutorada em Física Aplicada - este trata-se de um projeto de capacitação científica.
Ainda de acordo com as palavras de Viegas, especialista em robótica subaquática e também responsável pela candidatura ao Teaming for Excellence “É para alavancar as competências científicas na área da engenharia oceânica a nível nacional”.
Portugal e o Mar. O nosso país possui a terceira maior ZEE da União Europeia
Porquê este grande investimento no domínio dos Oceanos? Para tal, é importante perceber como a geografia portuguesa se enquadra nos trâmites marítimos. Portugal possui 1,7 milhões de km² de Zona Económica Exclusiva (ZEE), sendo a terceira maior da UE e a quinta maior do continente Europeu. À escala mundial, o nosso país posiciona-se em vigésimo lugar.
Um outro facto que ajuda a obter uma maior perceção sobre o contexto nacional é que a área marítima compreendida entre as três unidades territoriais portuguesas - Continente, Açores e Madeira - preenche 48% das águas marinhas adjacentes à Europa.
José Manuel Mendonça, ex-presidente do Inesc Tec, salienta que “o nosso território dispõe de condições privilegiadas para o desenvolvimento da economia azul e agora vai poder contar com um centro de excelência que visa, através da investigação e da engenharia oceânica, alavancar todo este potencial”.
Também defensora desta visão, Diana Viegas afirma que Portugal é “a porta da Europa para o Atlântico” e que “temos um potencial imenso”. De acordo com a investigadora sénior, os criadores deste projeto consideram que a criação deste centro de excelência será um impulsionador para um grande crescimento económico destes mercados, não só em Portugal, mas também na Europa.