Vacinas contra a Covid apresentam riscos, mas a infeção pode ser bem pior

Um novo estudo indica que as três vacinas mais utilizadas para combater a infeção por Covid foram associadas a um risco de desenvolver certas doenças. Fique a saber mais sobre este assunto, aqui!

Vacina.
As várias estirpes da SARS-Cov-2 têm sido combatidas com bastante sucesso, muito graças aos estudos desenvolvidos pela comunidade científica.

Um estudo recente, que foi revisto por pares indica que as vacinas utilizadas nos últimos 2/3 anos, na luta contra a infeção por SARS-CoV-2, podem resultar num ligeiro aumento do risco de desenvolver doenças cardíacas, cerebrais e sanguíneas. Contudo, o mesmo estudo reafirma que os riscos de desenvolver a síndrome respiratória aguda superam largamente os riscos de ser vacinado.

Em todo o planeta estima-se que foram administradas mais de 13 biliões de vacinas desde o início da pandemia.

Os investigadores da Global Vaccine Data Network, que é um ramo da Organização Mundial de Saúde, desenvolveram aquele que é o maior estudo do impacte das vacinas contra a Covid-19 nos seres humanos, numa amostra de perto de 100 milhões de pessoas distribuídas por 8 países.

Foram detetados casos de miocardite e pericardite, dois tipos de inflamação no coração, na segunda e terceira dose das vacinas de duas das três farmacêuticas que produziram este tipo de medicamento. Também aumentou o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos, distúrbios neurológicos (como a encefalomielite disseminada aguda) e até do desenvolvimento de uma doença autoimune rara, a síndrome de Guillain-Barré.

Comparação: a vacinação e a infeção

Em todo o planeta estima-se que foram administradas mais de 13 biliões de vacinas desde o início da pandemia. Isto faz com que pelo menos 70% da população mundial tenha recebido pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, de um qualquer fabricante. Apesar de estar provado cientificamente que as vacinas têm alguma eficácia na luta contra as variantes mais recentes, a resistência à toma de doses de reforço fez com que os casos de Covid-19, gripe e vírus sincicial tenham aumentado nos últimos 6 meses.

O coronavírus denominado SARS-CoV-2 é responsável pela doença Covid-19 e foi identificado pela primeira vez em janeiro de 2020, na China. A infeção pode ser semelhante a uma síndrome gripal comum ou apresentar-se como doença mais grave, como pneumonia.

O próprio estudo acima referido indica que a probabilidade de desenvolver as doenças que também foram acima enunciadas é ainda maior depois da infeção por SARS-CoV-2, portanto, ser vacinado parece continuar a ser a escolha mais segura. A vacinação tem-se mostrado eficaz na prevenção de doenças graves, hospitalizações e até mortes. É preciso ter em conta que a probabilidade de desenvolver um distúrbio neurológico após a infeção por Covid-19 é mais de 600 vezes superior à que se tem depois da vacinação.

A mais recente variante da Covid-19, a JN.1, tem-se espalhado rapidamente e tem provocado o aumento dos casos durante o outono e o inverno, situação que está a mudar no Hemisfério Norte, à medida que este se aproxima da primavera. Apesar de alguns especialistas acreditarem que esta nova variante pode representar um novo risco para a saúde pública global, os representantes das farmacêuticas acreditam que as doses de reforço já oferecem algum tipo de proteção.

Referência do artigo:

"COVID-19 vaccines and adverse events of special interest: A multinational Global Vaccine Data Network (GVDN) cohort study of 99 million vaccinated individuals" Faksova, K. et al. Global Vaccine Data Network (2024).