Uma outra Terra? Conheça mais uma descoberta do telescópio James Webb!
Os cientistas confirmam a existência de um exoplaneta a apenas 41 anos-luz da Terra utilizando, pela primeira vez, o telescópio espacial James Webb. Classificado como “LHS 475 b”, este planeta está relativamente próximo, na constelação de Octans. Saiba mais aqui!
O telescópio espacial James Webb da agência americana (NASA), que já apresentou resultados cientificamente impressionantes e espetaculares logo nos seus primeiros meses de operação, acaba de registar outro marco inaugural: a confirmação da descoberta de um exoplaneta. Os planetas existentes fora do Sistema Solar, que orbitam outras estrelas, são conhecidos como exoplanetas.
James Webb examinou 41 anos-luz no cosmos - uma distância relativamente próxima - e detetou na constelação de Octans um planeta, nomeado “LHS 475 b”, com o tamanho quase equivalente ao da Terra, com 99% do seu diâmetro. Esta nova descoberta foi apresentada na passada quarta-feira, dia 11, através de uma conferência de imprensa da American Astronomical Society.
A equipa de cientistas que descobriu as evidências do exoplaneta, enquanto observava os dados gerados pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, é liderada por Kevin Stevenson e Jacob Lustig-Yaeger, astrónomos do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Johns Hopkins em Laurel, Maryland. Foi através do espectrógrafo de infravermelho próximo (NIRSpec) que os cientistas confirmaram a existência do planeta.
De acordo com a NASA, dos telescópios em operação, apenas o James Webb é capaz de caracterizar com precisão as atmosferas de exoplanetas do tamanho do planeta Terra. Por esta razão, os investigadores continuam a avaliar que tipo de atmosfera está no topo da massa rochosa do LHS 475 b, através da análise de seu espectro de transmissão.
Quais as principais características já confirmadas pelo Webb?
Existem algumas atmosferas do tipo terrestre que a equipa pode descartar das suas análises. Por exemplo, não pode ser uma atmosfera espessa dominada por metano como a lua de Saturno, Titã. Os cientistas observaram que, embora seja possível que o exoplaneta não tenha atmosfera, existem algumas composições atmosféricas, como o dióxido de carbono puro, que não foram descartadas.
Além disso, a superfície do exoplaneta parece ser algumas centenas de graus mais quente que a superfície do planeta Terra, aproximadamente em 300 °C. E ainda, se for detetado em estudos futuros a presença de nuvens, essa composição pode gerar um clima com efeito de estufa, tendo tendência a ter, portanto, uma maior semelhança com o planeta Vénus.
Também foi confirmado que o LHS 475 b circunda uma anã vermelha, que está a produzir menos da metade da energia do nosso Sol, o que faz os investigadores reforçarem a ideologia na presença de uma atmosfera. Além de que é capaz de completar uma órbita em apenas dois dias, informação revelada pela curva de luz do telescópio James Webb.
Esta confirmação do planeta rochoso destaca a impressionante precisão dos instrumentos da missão, e os cientistas afirmam que é apenas uma das muitas descobertas que o telescópio fará. Medições cada vez mais precisas são necessárias para que os investigadores consigam chegar a conclusões decisivas acerca do exoplaneta.