Um redemoinho de luz cresceu numa espiral gigante e perfeita sobre o Alasca
Um redemoinho etéreo de luz apareceu no céu noturno do Alasca, roubando as atenções de um espetáculo de auroras boreais. Porém, o bizarro objeto em forma de espiral não tem nada a ver com estas luzes polares.
O vórtice luminoso foi apenas o mais recente exemplo daquilo que os astrónomos apelidaram de "espirais SpaceX", que estão a tornar-se uma visão cada vez mais comum para os observadores de estrelas em todo o mundo.
Estas espirais formam-se quando o combustível de foguetão, que é ejetado dos estágios superiores dos foguetões Falcon 9, fica congelado no espaço. Estes redemoinhos congelados refletem a luz do Sol na direção da Terra, o que os torna visíveis para os espectadores atónitos no solo.
O fenómeno
A espiral foi observada no céu do Alasca no dia 15 de abril, por volta da meia-noite, hora local, enquanto a aurora boreal, de um verde vibrante, já dançava no céu noturno, noticiou o Spaceweather.com. O estranho redemoinho foi filmado pelas câmaras do Poker Flat Research Range da Universidade do Alasca, perto de Fairbanks.
O vídeo mostra a espiral a formar-se a partir de um ponto brilhante inicial num enorme objeto em forma de galáxia, antes de se desvanecer gradualmente no nada. Esteve visível durante cerca de sete minutos.
"Fiquei totalmente surpreendido e perplexo quando vi pela primeira vez uma luz brilhante distante a vir na minha direção a partir do horizonte norte", afirmou Todd Salat, um astrofotógrafo que captou uma imagem da espiral acima de Donnelly Dome, perto de Delta Junction. "No início pensei que era um avião a jato a voar por entre algumas nuvens. Depois tomou a forma de espiral e cresceu rapidamente!"
A espiral era composta por combustível ejetado por um foguetão Falcon 9 que foi lançado da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, cerca de três horas antes do aparecimento do redemoinho.
Espirais SpaceX
Nem todos os lançamentos de foguetões SpaceX conduzem a uma espiral SpaceX. Muitos ocorrem sobre a vasta e vazia extensão do Oceano Pacífico, ou durante o dia, quando não são visíveis de todo. No entanto, as espirais tornaram-se mais comuns nos últimos anos, à medida que o número de lançamentos da SpaceX aumentou.
Em 18 de janeiro, uma espiral assustadoramente perfeita foi filmada sobre o Havai pela câmara Subaru-Asahi Star, montada em Mauna Kea e operada pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão. A mesma câmara também observou outra espiral em abril de 2022.
Contudo, a SpaceX não é a única causa destes espetáculos de luz derivados de foguetões. Em abril de 2022, o combustível congelado de um foguetão chinês criou um globo de luz giratório que também participou num espetáculo auroral sobre o Alasca.
E em outubro de 2017, uma espiral azul ainda maior foi vista no céu acima da Sibéria. Naquela ocasião, o combustível congelado foi deixado por testes de foguetes militares russos na área.