Um asteroide põe a Terra em alerta
No final de Abril, um asteróide de tamanho colossal deverá passar muito perto da Terra. O seu impacto pode ter consequências fatais. Há motivos para alarme? Que consequências pode ter?
Há duas semanas saiu na imprensa uma notícia que costuma aparecer pelo menos uma vez por ano: um asteróide passará muito perto da Terra dentro de algumas semanas. Acontece o mesmo com as descobertas de água em Marte. Não sabemos porquê, mas aparecem periodicamente de forma recorrente. Desta vez, porém, estamos a falar de um objeto com tamanho a ter em conta.
Na comunicação sobre o possível impacto de objetos vindos do espaço há algo que não está a ser feito corretamente. Quer sejam as agências espaciais ou os meios de comunicação, estas notícias são contadas sempre da mesma maneira e com as mesmas expressões, acabando por se tornarem repetitivas para o espectador.
É realmente perigoso?
A 29 de abril o asteroide em questão, chamado 1998 OR2, passará aproximadamente a 16 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Isto é, a mais de 4 milhões de quilómetros. Na verdade, chama-se assim porque foi descoberto em 1998. Há mais de 20 anos!
Nos meios de comunicação vamos certamente ouvir a expressão vai passar à tangente pela Terra. Esta afirmação pode parecer-nos incorreta, mas em termos astronómicosestaria bem aplicada. Por este motivo, dentro do programa da NASA do Center for Near-Earth Object Studies(CNEOS),são vigiados todos os objetos que possam nalgum momento passar pela área orbital da Terra.
That asteroid in the news will be 16 times further away from us than the Moon at its closest approach. This is how everything looks to scale, so...
— Dr James O'Donoghue (@physicsJ) March 5, 2020
Earth is marked safe from 52768(1998 OR2) pic.twitter.com/XkcLh6Fckm
O alerta justifica-se pelo enorme tamanho do asteroide. Mede 4,1 km de comprimento e 1,7 km de largura. É difícil de imaginar. Além disso, está a circular a uma velocidade de mais de 8 quilómetros por segundo. Uma barbaridade.
As consequências caso atingisse a Terra seriam difíceis de quantificar, mas seriam catastróficas, já que a atmosfera não pode desintegrar um objeto tão grande. A enorme onda de choque produzida pelo impacto já eliminaria muitos de nós, assim como o possível tsunami caso caísse no mar, ou a grande quantidade de material que projetaria se caísse em terra e que acabaria por mudar a atmosfera, entre muitos outros efeitos que ocorreriam.
Há muitos mais
Enquanto o mundo inteiro estiver a observar o 1998 OR2, outros asteroides continuam a aproximar-se ou a passar muito próximo a nós. É o caso do2020 DZ3. Passou sem dó nem misericórdia perto da Terra, concretamente a mais de um milhão de quilómetros, e a uma velocidade aproximada de 21 quilómetros por segundo. Media 47 metros de comprimento e 21 de largura.
É certo que não possuía o tamanho colossal daquele que falamos neste artigo, mas os seus efeitos em caso de impacto teriam sido chamativos. Teria provocado uma enorme explosão ao entrar na atmosfera, com a sua consequente onda de choque, e o mais certo é que alguns fragmentos teriam conseguido chegar a terra.
O mais chamativo e alarmante deste objeto é que foi descoberto pela NASA no passado 27 de fevereiro. Ou seja, pouco mais de4 dias antes da sua posição mais próxima à Terra.