Uganda: fortes inundações em Kampala provocam mortes e danos materiais consideráveis
As fortes chuvas de há alguns dias provocaram graves inundações em Kampala, capital do Uganda, o que trouxe danos severos e causou vítimas mortais. Aqui, a análise detalhada a este evento meteorológico extremo e as imagens.
O dia de quarta-feira, 20 de setembro, em Kampala, cidade-capital do Uganda, foi um daqueles dias em que quando chove, “chove a cântaros”. De acordo com o jornal ugandês New Vision, “nalgumas áreas da cidade, a chuva forte, seja breve ou prolongada, significa mais do que apenas o típico engarrafamento de trânsito que se verifica durante a hora de ponta.
"As inundações são outra realidade para estes locais”. Ainda de acordo com o meio de comunicação supracitado, as fortes chuvas de quarta-feira (20) inundaram vários locais baixos, forçando os estabelecimentos comerciais a encerrarem antes da hora habitual e obrigando proprietários e clientes a procurar refúgio.
De acordo com a Autoridade Meteorológica Nacional do Uganda (UNMA), para o período de setembro a dezembro deste ano, é esperada uma precipitação acima do normal, possivelmente reforçada, em várias regiões do Uganda, em particular na bacia do Lago Vitória e nas áreas montanhosas de Rwenzori e da Região Oriental.
De facto, muitas áreas deste país africano estão a presenciar mais dias de chuva recentemente, um forte contraste com os dias de calor extremo do início deste ano.
Inundações em Kampala, Uganda, potenciadas por uma urbanização crescente e imprudente
O Plano Diretor de Drenagem de Kampala, concebido pela primeira vez há duas décadas, em 2003, e atualizado treze anos mais tarde, em 2016, foi elaborado com o propósito de melhorar os sistemas de drenagem em Kampala, de modo a reduzir a frequência das inundações.
De acordo com o jornal Monitor, “na altura, tal como agora, a sabedoria recebida era que as inundações da cidade se deviam a uma urbanização e desenvolvimento crescentes e imprudentes. Infelizmente, essa ambição grandiosa parece hoje uma memória ténue e distante”.
Um dos destaques do relatório intitulado “Land use management to reduce flooding in the Greater Kampala Metropolitan Area, Uganda” - inserido no Laser Pulse e liderado pela Purdue University -, vai mesmo para o facto de o Plano Diretor de Drenagem de Kampala de 2016 recomendar "medidas estruturais - como a construção de novos drenos e travessias - e medidas não estruturais - como a melhoria da gestão de resíduos sólidos e a promoção da utilização de compostos verdes/permeáveis para novos empreendimentos (...)", entre muitas outras.
Ainda de acordo com este mesmo relatório, se não forem tomadas medidas, as inundações aumentarão em 180% em média até 2040, com o consequente aumento dos custos económicos associados às inundações. A qualidade da água deteriorar-se-á ainda mais, tornando a baía interior de Murchison inabitável para a vida aquática, incluindo os peixes.