“Uchuu”, a simulação mais realista do Universo ao alcance de todos
A simulação permitirá estudar a evolução do universo com um nível de detalhe e um volume de informação sem precedentes. Contamos-lhe mais aqui!
A simulação mais realista do universo alguma vez feita está agora disponível para todos na Internet.
Denominada como "Uchuu" (que significa universo em japonês), esta incrível simulação foi desenvolvida pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ) em colaboração com diferentes grupos de investigação de Espanha, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Chile, França e Itália.
Como tornaram isto possível?
A simulação foi possível graças ao supercomputador ATERUI II, o computador mais poderoso dedicado exclusivamente à astrofísica, que pertence ao Observatório Astronómico Nacional do Japão.
O resultado "são três petabytes de dados, o equivalente a quase um milhão de fotos de um telemóvel de 12 megapixéis", disse Tomoaki Ishiyama, encarregado pelo desenvolvimento e execução do código que criou a simulação.
A simulação consiste em 2,1 biliões de partículas num cubo virtual de 9,630 milhões de anos-luz de lado, uma dimensão comparável a metade da distância que existe entre a Terra e as galáxias mais distantes observadas.
Cientista argentina participa no projeto
A cientista Sofía Alejandra Cora, do Instituto de Astrofísica de La Plata, na Argentina, participa no projeto Uchuu. Cora é investigadora independente no Conselho de Investigação Científica e Técnica da Argentina (Conicet) e Professora Associada na Faculdade de Ciências Astronómicas e Geofísicas da Universidade Nacional de La Plata.
"O principal objetivo da minha participação neste projeto é gerar um catálogo de galáxias a partir dos dados da simulação Uchuu, que considera apenas matéria escura", afirmou à BBC Mundo.
Acrescentou que "para tal, isto baseia-se em informações das propriedades dos halos de matéria escura e da forma como os mesmos crescem e se fundem com o passar do tempo". "E é aplicado um modelo semi-analítico de formação e evolução de galáxias que tem em conta numerosos processos físicos que determinam as propriedades das galáxias", continuou.
Segundo Cora, "a versão mais recente do modelo utilizado pelo nosso grupo de trabalho na Argentina é descrita num artigo na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, MNRAS. Este trabalho ainda está em desenvolvimento".