Turismo excessivo em Portugal: como o próximo verão vai ser ainda pior
Caos, calor e multidões: Portugal está pronto para mais um verão de turismo excessivo?
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Se achava que o verão passado foi um desafio com multidões em cada esquina, prepare-se: o próximo promete ser ainda mais intenso. “Não esperem que as multidões desapareçam tão cedo, especialmente em centros europeus perpetuamente populares como Paris, Barcelona e Londres — e especialmente durante a temporada alta de verão”, alertou a ‘CNN Travel’.
“À medida que a procura por viagens não mostra sinais de abrandar, o turismo em excesso está prestes a continuar a ser um desafio crítico para visitantes, residentes e destinos afetados, dizem os especialistas”, escreveu a mesma plataforma de notícias.
O que nos espera?
“Há poucas razões para esperar que a maré recue até ao verão de 2025, que poderá ser tão caótico e saturado quanto a temporada de 2024.”
Imagine Lisboa com ruas ainda mais cheias, filas que parecem não ter fim para visitar a Torre de Belém e o Elétrico 28 transformado num jogo de "quanto tempo conseguimos aguentar de pé sem tombar". Ou pense no Algarve, onde encontrar espaço para estender a toalha na praia será um desafio digno de uma competição olímpica.
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Os números falam por si: em 2024, Portugal viu um aumento de 26% no número de turistas em relação a 2023, ultrapassando os valores de 2019. E não há sinais de que esta tendência abrande em 2025.
Soluções ou paliativos?
Embora Portugal ainda não tenha aplicado estratégias para 'controlar' o possível cão, outros destinos europeus já estão a adotar medidas drásticas. Veneza, por exemplo, introduziu uma taxa de entrada, Amesterdão decidiu banir cruzeiros no centro da cidade e Barcelona limitou ainda mais os alojamentos de curta duração.
Em alguns locais, como em Barcelona, os moradores levaram as frustrações a um novo nível, atacando turistas com pistolas de água. Apesar de Portugal ainda não ter chegado a esse ponto, a pressão para regulamentar melhor o turismo está a crescer.
Turismo sim, mas com equilíbrio
Haverá solução? Acreditamos que sim. A chave para um turismo mais sustentável passará por um planeamento que beneficie tanto os visitantes como os residentes.
Paula Vlamings, diretora da organização sem fins lucrativos Tourism Cares, alertou precisamente para esta necessidade de uma abordagem mais sustentável na gestão do turismo. “Toda a indústria precisa de ser muito mais proativa”, afirmou à ‘CNN Travel’, destacando a importância de criar estratégias que deem resposta tanto aos turistas quanto às comunidades locais.
E o que é que os turistas podem fazer? Pequenas escolhas. Afinal, estas podem fazer uma grande diferença. Precisa de exemplos? Visitar fora da época alta, explorar locais menos saturados e apoiar negócios locais são formas de aproveitar o melhor de Portugal sem contribuir para o caos generalizado.
“Não se trata apenas de tirar as pessoas do caminho principal. Trata-se também, quando se está no caminho principal, de se ser consciente e intencional sobre onde se gasta o dinheiro e com quem se interage,” explica Vlamings.
Este verão promete ser quente, movimentado e, para muitos, exaustivo. A grande questão é: conseguiremos encontrar um equilíbrio entre acolher quem nos visita e manter a qualidade de vida de quem aqui vive?