Turbulência forte fere passageiros no Havai
A turbulência durante um voo comercial pode tornar uma viagem extremamente desconfortável, mas quando é levada a outro nível pode ter consequências mais severas. O que aconteceu no Havai? Fique a saber mais sobre este assunto, aqui!
O conceito de turbulência está associado a movimentações do ar, devido a alguns fatores como é o caso da diferença de temperaturas e da pressão atmosférica, que acaba por criar correntes de ar ascendentes e descendentes. Este fenómeno acontece, geralmente, em áreas de tempestade ou nas zonas limítrofes, ou junto a áreas montanhosas.
As tecnologias de ponta utilizadas na aviação, nomeadamente o radar meteorológico, permitem que seja possível saber em tempo real quais são as potenciais áreas de turbulência, dando a possibilidade às tripulações das aeronaves de se afastarem dessas áreas. Contudo, na esmagadora maioria das vezes, esta situação não representa qualquer risco para os passageiros, tripulação ou aeronave, já que a construção moderna dos aviões tornou-os mais resistentes e, em simultâneo, menos vulneráveis às oscilações provocadas pela turbulência.
Ainda assim, não foi isto que se verificou no passado domingo, dia 18, num voo que tinha partido de Phoenix, Arizona, e estava a 30 minutos de alcançar Honolulu, no Havai. A forte turbulência que afetou o avião repentinamente, quando estava a cerca de 120 km a Nordeste do Aeroporto de Kahului, na ilha de Maui (uma das maiores do arquipélago do Havai), provocou ferimentos em 36 passageiros, 11 dos quais considerados graves.
O voo da Hawaiian Airlines (HAL 35) transportava 278 passageiros e 10 tripulantes, tendo aterrado no Aeroporto de Honolulu por voltas das 10:50 locais, (19:50 em Portugal Continental). Imediatamente, os serviços de emergência locais receberam um alerta para esta situação, cerca das 11:00 locais (20:00 em Portugal Continental), tendo transportado 20 passageiros para unidades hospitalares daquela cidade.
Circunstâncias da ocorrência
Mesmo com os mais sofisticados métodos de previsão que fazem parte da construção dos aviões de hoje em dia, tudo indica que esta situação ocorreu de forma repentina. Segundo testemunhos de passageiros, o avião registou duas súbitas perdas de altitude antes que todos os passageiros tivessem tido tempo de apertar os seus cintos. Isto provocou ferimentos sérios na cabeça (traumatismos) bem como lacerações, hematomas e perda de consciência.
Curiosamente, os serviços de meteorologia daquele Estado Norte-Americano já indicaram que estariam em vigor vários avisos meteorológicos relacionados com a presença de tempestades nas proximidades da rota de voo do HAL 35, mas nada fazia antever o episódio incomum de turbulência severa, que está agora a ser investigado pelo National Transportation Safety Board (NTSB).
A análise de vários dados permitiu compreender outro fator que contribui para esta ocorrência: aquando do cruzamento de alguns dados meteorológicos com alguns dos dados do voo, foi possível compreender que este episódio de turbulência severa se deu a uma altitude onde é (ainda) menos provável que aconteça, entre os 39 000 e os 40 000 pés (cerca de 11 800 - 12 000 metros), que acaba por coincidir com a altitude de cruzeiro.
Este conceito está associado à altitude a que a aeronave pode chegar e que, graças à fraca densidade do ar, se gasta menos combustível e se alcança uma velocidade maior.
Apesar de tudo, e tendo em conta todas as circunstâncias, especialistas em aeronáutica afirmam que as consequências em termos de gravidade dos ferimentos e consequentemente no número de passageiros feridos poderiam ter sido bem piores.