Tempestade Tropical Nicholas e mais 4 sistemas vigiados pelo NHC
É em setembro que a temporada de furacões do Atlântico atinge o seu auge. E 2021 não foge à regra. O NHC está a monitorizar 5 sistemas ativos no oceano. Um deles é a Tempestade Tropical Nicholas e outro pode integrar a depressão que chegará à Península Ibérica. Saiba mais aqui!
Atingimos meados de setembro e é nesta altura do ano que a temporada de furacões do Atlântico atinge o seu pico. E, de facto, 2021 não foge à regra. De momento, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (National Hurricane Center ou NHC) está a monitorizar muito atentamente 5 sistemas muito ativos (um deles já é Tempestade Tropical). Os outros poderão adquirir características tropicais nos próximos dias.
É possível que um deles chegue à Península Ibérica, embora com baixa probabilidade de ser nomeado como depressão tropical. Afinal, o que nos conta a bacia do Atlântico?
Tempestade Tropical Nicholas e possível depressão tropical perto das Bahamas
O NHC acaba de nomear a Tempestade Tropical Nicholas, a 14 ª tempestade nomeada na temporada de furacões do Atlântico de 2021, que se formou no Golfo do México. As condições atuais favoreceram a organização de Nicholas nas últimas horas, e, independentemente do seu desenvolvimento, este sistema de baixas pressões vai gerar chuvas torrenciais em partes do Sul do México, o que conduzirá a cheias rápidas e deslizamentos de terra.
Os Estados Unidos também serão invadidos por este sistema, com impacto de chuvas e trovoadas nos Estados do Texas e do Louisiana, onde se prevê cheias localizadas e urbanas. Esta situação poderá prolongar-se até meio da próxima semana, com várias áreas costeiras em perigo.
Há que ter atenção, também perto da América do Norte, a outro possível sistema de baixa pressão que se poderá transformar numa depressão tropical ao longo dos próximos dias. Prevê-se que este sistema, posicionado a leste das Bahamas, se desloque para noroeste, podendo tornar-se uma depressão tropical sobre a parte Oeste do Oceano Atlântico a meio da semana.
Depressão Não Tropical a Oeste de Portugal
O NHC indicou na noite passada a possibilidade de formação de um sistema não-tropical se organizar dentro de uma tempestade que poderá trazer para a Península Ibérica um episódio de precipitação generalizada. Na sua previsão, o NHC indica que há um sistema não-tropical de baixas pressões, situado de momento, no Nordeste Atlântico, ou seja, a várias centenas de quilómetros a nordeste dos Açores, e portanto, ainda distante da Península Ibérica.
O NHC considera, no seu prognóstico, que este sistema se vai deslocar para sul/sudeste por águas mais quentes, o que é um ingrediente favorável para que a perturbação adquira características tropicais ou subtropicais. Não obstante, a probabilidade desta depressão ou tempestade (sub) tropical se formar é relativamente reduzida - cerca de 20% -, tanto dentro de 48 horas como num prazo de 5 dias.
É importante, portanto, salientar o seguinte: uma coisa é a depressão atlântica que já está a vários dias a movimentar-se a oeste de Portugal continental (e que nos atingirá a partir de amanhã). Outra coisa é o referido centro de baixas pressões gerado pela organização da convecção que se formou no seu seio e que requer vigilância, pela possibilidade de adquirir características tropicais, o que faria com que a depressão atlântica evoluísse para tropical/subtropical. Isto causaria um impacto e magnitude mais significativos.
Contudo, tendo em conta as atuais previsões do modelo determinista do ECMWF, esse sistema de baixas pressões bem definido com características subtropicais que o NHC antevê não deverá ocorrer no curto prazo, mas mantém a previsão da tempestade já várias vezes mencionada para os próximos dias.
Em setembro de 2020, também tivemos a invasão da tempestade subtropical Alpha, que tocou terra em Portugal através de Lisboa.
Os outros 2 sistemas monitorizados pelo NHC
Nas redondezas de África, há dois sistemas que merecem a atenção do NHC. Um deles, uma onda tropical africana de leste que ao deslocar-se por águas quentes tem a chance (20%) de se transformar num ciclone tropical. Há alguns dias, os modelos consideravam que poderia chegar às Canárias, mas, entretanto esse cenário foi totalmente descartado, e agora, são as Ilhas de Cabo Verde que estão no caminho do sistema de baixas pressões resultante.