Tempestade geomagnética, classificada em G2, pode trazer a aurora boreal a latitudes mais baixas hoje
Uma tempestade geomagnética moderada pode trazer a aurora boreal, também conhecida como luzes do Norte, a algumas regiões da América do Norte, durante o dia de hoje, 11 de junho.
Parte da América do Norte poderá vivenciar uma nova sucessão de auroras boreais, associadas a tempestade geomagnética. A previsão é do Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos Estados Unidos da América (EUA).
A tempestade é causada por uma ejeção de massa coronal (EMC) lançada a partir de uma das erupções solares de classe M registadas anteriormente, de acordo com a NOAA. A EMC atingirá a Terra hoje e causará uma tempestade geomagnética classificada como G2, considerada moderadamente intensa.
Tempestade geomagnética G2 trará espetáculo de luzes para o céu, mas com intensidade menor que a de maio
Para se ter uma ideia, as tempestades geomagnéticas G5 são as mais fortes, responsável pelo incrível espetáculo de luzes observadas nos céus em latitudes mais baixas no dia 10 de maio. A tempestade G2 prevista para hoje produzirá uma aurora oval em torno do polo norte, mas não será tão intensa, logo a aurora não será visível em regiões tão a sul quanto em maio.
De acordo com o SWPC, vários estados dos EUA que poderão ver a aurora boreal estão acima da "linha de visão", uma previsão da intensidade e localização do fenómeno. Os estados que poderão vivenciar estas auroras, incluem Washington, norte de Idaho, Montana, Dakota do Norte, norte da Dakota do Sul, Minnesota, Wisconsin, norte de Michigan e Vermont, norte da Nova Inglaterra e norte do Maine. É provável que grande parte do Canadá também tenha a oportunidade de observar a aurora.
Para os residentes destas áreas geográficas que desejam observar a aurora, é importante afastar-se da poluição luminosa e ter em conta que a duração da luz do dia nesta época do ano irão limitar o tempo de observação.
O que causa, então, a aurora boreal?
A aurora boreal é causada pelo vento solar, um fluxo de partículas carregadas do Sol, que é acelerado ao longo das linhas do campo magnético da Terra. Estas partículas colidem com a ionosfera terrestre, a centenas de quilómetros acima da superfície, produzindo o efeito de luzes coloridas no céu.
A tempestade geomagnética de maio foi a mais forte dos últimos 21 anos, trazendo a aurora boreal para latitudes tão baixas e observadas em locais tão incomuns, como em Portugal. Nesta altura, testemunharam-se auroras vermelhas e até mesmo azuis, uma cor rara.
A EMC que chega à Terra hoje vem da mesma região solar, agora designada por AR3697, que causou a tempestade geomagnética de 10 de maio.
Máximo solar foi registado em maio deste ano
Maio foi o mês mais ativo do Sol em décadas, com 171 manchas solares registadas. As manchas solares dizem respeito a perturbações magnéticas na superfície do Sol que podem ser tão grandes quanto a Terra e são locais onde erupções solares e EMC se originam. O Sol está tão ativo porque se aproxima do "máximo solar", que o SWPC prevê ocorrer este ano. O Sol tem um ciclo solar de aproximadamente 11 anos, durante o qual a sua atividade aumenta e diminui.
Normalmente, a aurora boreal é observada em torno do Polo Norte em latitudes a rondar os 66 e 69º norte, coincidindo com o Círculo Polar Ártico. Os melhores locais para a observação são o Alasca, toda a região norte do Canadá, a Islândia, a Gronelândia, a Lapónia e o norte da Rússia.