A cidade de Madrid paralisada pela neve

As previsões tornaram-se realidade, e nas últimas horas a cidade de Madrid foi afetada por um extraordinário nevão, o mais intenso do século (à data de hoje) na capital. Ontem à tarde, a neve começou a cair com força e não demorou muito para que ocorressem problemas significativos nas estradas principais. Os serviços de emergência trabalharam incansavelmente durante toda a noite.

Na M-30 e na M-40 houve momentos de caos absoluto, com inúmeros veículos encurralados. A situação não tem sido muito diferente nas principais vias de entrada para a cidade, devido às condições muito complicadas para a condução, numa zona onde não estão habituados a nevões desta magnitude.

Neste momento a circulação também está muito complicada no centro da cidade, onde as acumulações são notáveis, ultrapassando os 20-30 centímetros em alguns distritos. Ontem à noite, foi imposta a obrigação de transportar correntes para se deslocar em Madrid de carro, algo que é desconhecido para a maioria dos seus habitantes. Pontos emblemáticos como El Retiro ou La Puerta de Alcalá amanheceram com uma aparência mais típica de outras latitudes.

O trânsito aéreo e ferroviário também foi condicionado pela queda de neve, com numerosos atrasos e cancelamentos devido às condições meteorológicas adversas. Isto é o oposto do que aconteceu nas ruas do centro de Madrid, que foram ocupadas pelos seus habitantes. As imagens mais simpáticas e agradáveis tiveram como pano de fundo as batalhas espontâneas de bolas de neve. Também houve quem aproveitasse para esquiar ou andar de trenó pelas ruas da capital. Sem dúvida, algo insólito. Durante algumas horas, a pandemia passou para segundo plano devido ao nevão.

De acordo com o nosso modelo de referência, o IFS-HRES do ECMWF, a precipitação vai continuar nas próximas horas, mas gradualmente tenderá a deslocar-se para norte. A situação pode tornar-se bastante complicada no nordeste da Península Ibérica, onde a neve também cairá a cotas baixas. Também se prevê queda de neve numa grande parte de Castela e Leão, e de forma mais dispersa, noutros pontos da península. E, tudo isto, depois de uma noite muito longa na Comunidade de Madrid e em Castela-La Mancha. Filomena não dececionou, e ficará para a história da Meteorologia e da Climatologia.