Tempestade Filomena afeta a Madeira

Na Península Ibérica, o estado do tempo nos últimos dias tem-se caracterizado pelas temperaturas extremamente baixas para a época. A responsabilidade é de uma massa de ar polar que está a ser atraída por um sistema de baixas pressões localizado a sudoeste da Península Ibérica. Este sistema, denominado “Filomena”, está já a afetar o território madeirense, onde se irá prolongar até sexta-feira, antes de afetar o Sul de Portugal Continental e o território espanhol.

Esta depressão barométrica, foi assim denominada pela Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (AEMET, na sigla em castelhano), durante o dia de ontem. Se para as ilhas do Açores apenas estão lançados avisos meteorológicos, de cor amarela, relacionados com a intensidade do vento (estão em vigor até às 00h de hoje) para a Madeira estão já em vigor um conjunto de avisos, de cor amarelo e laranja, relacionados com a chuva persistente, o vento forte e a agitação marítima.

O que esperar no Arquipélago da Madeira?

A situação, tanto na Ilha da Madeira como na Ilha de Porto Santo, está a ser encarada pela proteção civil local com as preocupações habituais. Ao longo dos dias de amanhã e de sexta-feira estão previstos vários episódios de precipitação intensa, vento forte e agitação marítima, que podem ter interferência séria na rotina das populações.

No que toca à precipitação, este sistema frontal vai ser responsável por períodos de precipitação abundante, aguaceiros por vezes fortes e também trovoadas. A manhã de sexta-feira pode fazer-se acompanhar de neve nos pontos mais altos da Ilha da Madeira, pelo menos até ao fim da manhã. Está emitido um aviso amarelo, o segundo numa escala de quatro, para a Ilha do Porto Santo e para a costa Sul da Ilha da Madeira, que vigorará até às 06:00h do dia
8, sexta-feira.

Quanto ao vento, foi emitido para toda a Ilha um aviso amarelo, com exceção das áreas de maior altitude, onde vigorará um aviso laranja até às 12:00 do dia 8, devido ao vento forte do quadrante Norte com rajadas que podem atingir os 120 km/h. No restante território insular, onde se incluem as cidades do Funchal, da Ribeira Brava e de Santa Cruz, as rajadas podem chegar aos 90 km/h.

Em relação à agitação marítima, a depressão Filomena trará ondas de grandes dimensões à costa Norte da Ilha da Madeira e à costa da Ilha de Porto Santo. Numa primeira fase (quinta-feira, dia 7) estão previstas ondas de Noroeste com altura entre os 4 e os 5 metros. Na madrugada de quinta para sexta-feira, estão previstas ondas que podem atingir os 10 metros. Já na sexta, a altura máxima da ondulação irá variar entre os 5 e os 6 metros.

A conjugação destes fatores, nomeadamente a precipitação, o vento e a agitação marítima têm um potencial destrutivo forte, numa região que é tradicionalmente vulnerável. A chuva persistente pode provocar inundações rápidas e consequentemente movimentos de vertente. A trovoada e o vento forte podem levar à queda de estruturas mais frágeis (por exemplo andaimes ou árvores). Já a agitação marítima pode ser responsável por inundações costeiras e pela destruição de infraestruturas costeiras (molhes, faróis, apoios de praia, etc…).

Depois da passagem pelo Arquipélago da Madeira, a Tempestade Filomena vai afetar com alguma intensidade as Canárias e posteriormente o Sul e o Centro da Península Ibérica.