Temperaturas globais podem subir nos próximos 5 anos

De acordo com as novas previsões climáticas é provável que a temperatura média global, nos próximos 5 anos, seja pelo menos 1°C acima dos níveis pré-industriais (definidos como a média de 1850-1900). Saiba mais aqui, connosco!

Planeta Terra, subida da temperatura
A temperatura média da Terra já está acima de 1ºC acima do período pré-industrial. O último período de cinco anos tem sido o mais quente dos últimos cinco anos.

Foram emitidas pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), novas previsões climáticas para os próximos 5 anos, ou seja, para o período 2020-2024.

Previsão Climática

O desenvolvimento da capacidade de previsão climática a curto prazo foi impulsionado pelo Programa Mundial de Investigação Climática co-patrocinado pela OMM, que o declarou como um dos seus grandes desafios globais.

O Serviço Meteorológico inglês, MetOffice, a atuar como líder, e grupos de previsão climática de Espanha, Alemanha, Canadá, China, EUA, Japão, Austrália, Suécia, Noruega e Dinamarca, contribuíram este ano com novas previsões. A combinação de previsões de centros de previsão climática de todo o mundo permite um produto de qualidade superior ao que pode ser obtido a partir de qualquer fonte individual.

Deste modo, o “Global Annual to Decadal Climate Update”, liderado pelo Met Office, do Reino Unido, fornece uma perspetiva climática para os próximos cinco anos, atualizada anualmente. Aproveita os conhecimentos de cientistas internacionais, especialistas em clima, e os melhores modelos informáticos, dos principais centros climáticos de todo o mundo, para produzir informação importante para os decisores.

Destaques para os próximos 5 anos

As novas previsões emitidas, além de apontarem para a possibilidade da temperatura média global para os próximos 5 anos ser pelo menos 1°Celsius acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), indicam que existe uma probabilidade de 20% de exceder 1.5°C, em pelo menos um dos anos.

Há, ainda, uma probabilidade de 70% de um ou mais meses, durante os próximos 5 anos, serem, pelo menos, 5°C mais quentes do que os níveis pré-industriais. Por outro lado, é extremamente improvável (3%) que a temperatura média de 5 anos (2020-2024) seja 1,5°C mais quente do que os níveis pré-industriais.

    Existe uma probabilidade de 20% de um dos próximos 5 anos ser, pelo menos, 1.5°C mais quente do que os níveis pré-industriais, mas esta está a aumentar com o tempo.

    Durante 2020-2024, quase todas as regiões, exceto partes dos oceanos meridionais, são suscetíveis de ser mais quentes do que no passado recente.

    Ainda no mesmo período, as regiões de latitude elevada são suscetíveis de ser mais húmidas do que no passado recente, enquanto as partes norte e leste da América do Sul são suscetíveis de ser mais secas.

    Zona deserta, alterações climáticas.
    Nos próximos 5 anos algumas regiões do Globo serão mais secas

    Durante o mesmo intervalo de tempo, as anomalias de pressão ao nível do mar sugerem que a região norte do Atlântico Norte poderia ter ventos mais fortes de oeste, levando a mais tempestades na Europa Ocidental.

    Em 2020, grandes áreas de terra no Hemisfério Norte serão, provavelmente, mais quentes 0,8°C do que no passado recente (definida como a média 1981-2010). Também, é provável que o Ártico tenha aquecido mais do dobro da média mundial, sendo que, a menor mudança de temperatura é esperada nos trópicos e nas latitudes médias do Hemisfério Sul.

    Ao longo deste ano, é provável que muitas partes da América do Sul, África Austral e Austrália se tornem mais secas do que no passado recente. Desta forma, estamos perante um enorme desafio de conseguir cumprir o objetivo do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas, de manter um aumento da temperatura global, este século, bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais.

    As previsões têm em conta as variações naturais, bem como as influências humanas sobre o clima para fornecer as melhores previsões possíveis de temperatura, precipitação, padrões de vento e outras variáveis, para os próximos cinco anos. Os modelos de previsão não têm em consideração alterações nas emissões de gases com efeito de estufa e aerossóis como resultado do bloqueio do coronavírus.