Sudeste da Europa regista um verão de calor insólito: Grécia regista o julho mais quente de sempre

Julho de 2024 entrou para a história como o mês mais quente já registado na Grécia, de acordo com dados preliminares analisados pela equipa científica do meteo.gr e do Observatório Nacional de Atenas. Este recorde de calor não apenas superou a média das temperaturas de julho do período 1991-2020 em 2,9 °C, como também ultrapassou o recorde anterior de julho de 2012 em 0,3 °C.

Julho de 2024: um mês de recordes históricos na Grécia e no mundo

A análise dos dados climáticos revelou que o mês de julho de 2024 foi marcado por longos períodos de temperaturas excecionalmente altas, excedendo significativamente as normais sazonais em todo o país. Este padrão de calor extremo está em consonância com uma tendência preocupante observada nas últimas décadas: desde 1960, a temperatura média de julho na Grécia aumentou em 2,5 °C.

Ademais, nos últimos quatro anos, três dos quatro meses de julho mais quentes dos últimos 80 anos foram registados na Grécia, destacando uma tendência crescente de temperaturas extremas atribuídas às alterações climáticas. Além disso, o calor persistente de julho de 2024 foi agravado por um dos períodos de onda de calor mais longos desde 1980. Esta onda de calor ocorreu entre 8 e 23 de julho.

Mas desengane-se quem pensa que esta tendência se limitou apenas à Grécia. Na realidade, a nível global, o dia 21 de julho de 2024 foi considerado como o dia mais quente de sempre, com uma temperatura média global de 17,1 °C, conforme relatado pelo Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus, da União Europeia. Este recorde foi novamente superado no dia seguinte, 22 de julho, com a temperatura média global a atingir 17,2 °C.

Medidas de adaptação e mitigação: a resposta da Grécia ao calor extremo

Não se pode, de facto, descurar as preocupações inerentes. As autoridades gregas têm vindo a tomar medidas para se adaptar e mitigar perante os impactes das temperaturas extremas. Durante os picos de calor, várias cidades abriram centros climatizados para ajudar a população vulnerável.

Além disso, houve um aumento na preparação e resposta a incêndios florestais, que são uma ameaça maior durante os períodos de calor extremo. Observe-se, por exemplo, a preocupação que têm tido os elementos da proteção civil, encerrando quando o calor mais aperta o monumento mais visitado da Grécia, a Acrópole, em Atenas, no período entre as 12h e as 17h.

Os dados de julho de 2024 reforçam a urgência de medidas concretas para a adaptação perante as alterações climáticas. As temperaturas recordes, não apenas na Grécia, mas globalmente, são um sinal claro da intensificação dos fenómenos meteorológicos extremos, que se têm expandido ao mês de agosto.

Repare-se, a propósito, nos dias com temperaturas muito elevadas que se mantêm no início deste mês em toda a Europa e na Grécia, em particular, e que perdurarão pelo menos nas próximas semanas.