'Stripes', o aquecimento global continua em 2020
De acordo com o Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF) que opera o Serviço das Alterações Climáticas do Programa Copernicus, o mês de maio foi globalmente o mês mais quente desde que há registos.
Um dos fatores que levou a que maio fosse o mês mais quente de sempre a nível global e no hemisfério norte foi o calor excecional na Sibéria (Rússia) onde as temperaturas foram até 10 °C acima da média e na região da Antártida com temperaturas também muito acima da média. Os sete maios mais quentes ocorreram todos nos últimos sete anos.
Aquecimento global em 2020
A temperatura global da superfície durante os primeiros cinco meses do ano foi a segunda mais elevada de sempre, a seguir ao ano de 2016, que foi um ano de forte El Niño.
Janeiro a maio deste ano foi o período mais quente alguma vez registado na América do Sul, Europa e Ásia. Grande parte da metade norte da Ásia registou temperaturas pelo menos 3,5°C acima da média, de acordo com o relatório mensal global da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, NOAA. As temperaturas recordes de janeiro-maio foram as mais quentes em partes do Atlântico, Pacífico Sul, e Oceano Índico e Antártico.
Segundo uma análise estatística elaborada por cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA, muito provavelmente (>99,9%), o ano 2020 deverá estar entre os cinco anos mais quentes e os dez anos mais quentes desde que há registos.
Os anos de 2015-2019 foi o período de cinco anos mais quente de que há registo, e 2010-2019 a década mais quente. Desde a década de 1980, cada década sucessiva tem sido mais quente do que qualquer década anterior desde o ano 1850, de acordo com os relatórios da Organização Meteorológica Mundial, WMO, sobre o Estado do Clima Global.
Comunicação do aquecimento global, as “Stripes”
De forma a sensibilizar não só os governantes mas também o público, têm sido discutidas diferentes formas de comunicação sobre o aquecimento global. É importante que essa comunicação seja feita de uma forma simples, direta e intuitiva de modo a alertar as pessoas para o que está a acontecer com a temperatura da atmosfera e do planeta.
A organização americana Climate Central, uma organização independente de cientistas e jornalistas, criou uma imagem visual, recorrendo a “stripes”, listas, de diferentes cores, desde o azul ao vermelho, dependendo da temperatura da atmosfera para determinado período, que transmite de um modo bastante intuitivo a evolução da temperatura ao longo dos anos para uma determinada região.
Para chamar a atenção do público para as alterações climáticas, os meteorologistas de todo o mundo transmitiram, a 18 de junho, a terceira campanha anual "Mets Unite Show Your Stripes". As listas de aquecimento podem mostrar o aquecimento global, o aquecimento em cidades e países de todo o mundo, com a concentração dos anos "vermelhos" no século XXI. Esta tendência a longo prazo continua em 2020.
Segundo o Serviço de Alterações Climáticas do Programa Copernicus, embora o planeta como um todo esteja a aquecer, isto não está a acontecer de forma homogénea. Por exemplo, a Sibéria ocidental destaca-se como uma região que está a aquecer mais rápido do que a média e onde as variações de temperatura de mês para mês e de ano para ano tendem a ser grandes. Contudo, o que é invulgar neste caso é quanto tempo as anomalias mais quentes do que a média têm persistido.