Solstício de verão: saiba quando é o dia mais longo do ano e o significado de verão astronómico

Ao longo de 365 dias o planeta Terra realiza uma viagem à volta do astro-Rei (o Sol) descrevendo o chamado movimento de translação. Com isto, origina uma variação sazonal climática dado que, a trajetória elíptica e o eixo vertical inclinado do planeta relativamente ao plano do Sistema Solar resultam na luz solar a atingir a superfície terrestre em ângulos diferentes.

Verão astronómico: o que é quando irá começar?

Verão astronómico e verão climatológico até podem partilhar o nome de forma parcial, porém não se referem exatamente ao mesmo período do ano no calendário, embora coincidam durante grande parte desse mesmo período. O verão climatológico decorre entre 1 de junho e 31 de agosto e foi definido convencionalmente com base na média anual de temperatura e precipitação. Já o verão astronómico diz respeito à posição da Terra relativamente ao Sol e arranca no instante do solstício de verão.

No dia do solstício o sol estará o mais erguido possível no céu, dando origem ao dia mais longo do ano. A partir daí, os dias ficarão progressivamente mais curtos (perderão minutos e horas de luz solar), embora a um ritmo quase impercetível - até estarmos mais perto do outono. O verão astronómico durará cerca de 95 dias até ao equinócio de outono, previsto para domingo, 22 de setembro.

Como é que isto acontece? A Terra e o Sol estarão numa posição em que os raios solares incidirão perpendicularmente no Trópico de Câncer, o que deixa a energia mais concentrada, e com o Pólo Norte inclinado cerca de 23º na direção do Sol em relação ao círculo de iluminação. Os dias ficarão, deste modo, mais longos - mais incidência de luz solar-, o que resulta na probabilidade de temperaturas mais elevadas.

Solstício de verão: o que é?

O solstício de verão acontece quando o Sol alcança a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador. A partir daqui arranca oficialmente o verão do ponto de vista astronómico! Devido ao movimento de translação e também à inclinação do eixo de rotação da Terra (volta que o planeta executa em torno do próprio eixo, demorando 24 horas a executar este movimento e permitindo aos terráqueos o dia e a noite), os dias tornam-se, progressivamente, mais curtos que as noites a partir do momento do solstício de verão.

Quanto à etimologia de "solstício", esta palavra tem origem no latim e é composta pela junção das palavras sol e sistere (que não se mexe). Este termo refere-se ao facto de que, visto a partir da Terra, o Sol confere a impressão de estar parado, mantendo uma posição fixa quando nasce e quando se põe, algo que acontece durante algum tempo.

Solstício de verão: a magia de um momento repleto de significado para a Humanidade

O Homem sempre procurou explicações para os fenómenos naturais, por vezes trágicos, que acontecem na Terra, e, desde a Antiguidade, que proliferam contos, histórias e lendas em torno do desconhecido.

Em junho, mês do solstício de verão (pelo menos no hemisfério norte), os cultos à fertilidade abundavam e as celebrações multiplicavam-se, reflexo cultural do período de maior vivacidade do ano.

Em meados do século X, na Europa, a Igreja decidiu cristianizar as celebrações, estabelecendo dias de homenagem aos Santos Populares a 13, 24 e 29, respetivamente, Santo António, São João e São Pedro, difundindo a conotação festiva da época.

A civilização Maia ou povos como os Celtas, Egípcios e Romanos criaram rituais pagãos de homenagem à natureza, em antecipação à desejada prosperidade para os meses seguintes, com inúmeros dias de festa, dança, música, alegria e abundância de comida.