Solstício de verão: chega o dia mais longo do ano!
O solstício de verão assinala o arranque da estação no hemisfério norte e ocorrerá amanhã às 04 horas e 32 minutos. É um momento celebrado há vários séculos e Stonehenge é um dos principais locais. Conheça a ciência, história, tradições e festividades associadas a este fenómeno!
Ao longo de 365 dias, o planeta Terra realiza uma viagem em torno do Sol (movimento de translação) originando a variação sazonal climática, dado que a trajetória eclíptica e o eixo vertical inclinado do planeta em relação ao plano do Sistema Solar, fazem com que a luz do Sol atinja a superfície da Terra em ângulos diferentes.
O verão arranca oficialmente quando se der o solstício
Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), o solstício de verão acontecerá no dia 21 de junho de 2021 às 04h32min, marcando o início da estação no hemisfério norte (a mais quente apesar da Terra vir a estar o mais longe do sol a 5 de Julho - afélio). O sol neste dia de solstício estará o mais alto possível no céu e aquando da sua passagem meridiana atingirá a altura máxima de 75° em Lisboa. O verão prolongar-se-á por 93,66 dias até ao próximo equinócio, a 22 de Setembro de 2021.
Isto acontece porque a Terra e o Sol estarão numa posição em que os raios solares incidirão perpendicularmente no Trópico de Câncer, o que deixa a energia mais concentrada, e com o Pólo Norte inclinado 23⁰26’ na direção do Sol em relação ao círculo de iluminação, serão proporcionados dias mais longos, com mais incidência de luz solar, o que se traduz na probabilidade de temperaturas mais elevadas. Assim, a duração do dia 21 de junho será de 14:53:08 horas, o que é apenas 1 segundo a mais do que no dia anterior. Em todo o Hemisfério Norte o dia do solstício de verão é o dia mais longo do ano.
O que é o solstício de verão?
O solstício de verão ocorre quando o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do Equador. No momento em que o solstício de verão acontece em junho em Portugal, arranca o verão, a estação em que se recebe mais incidência de luz solar.
Devido ao movimento que a Terra executa em torno do Sol (o referido movimento de translação), e também da inclinação do eixo de rotação da Terra (o giro que o planeta dá em torno do próprio eixo, demorando 24 horas a executar esse movimento e permitindo aos terráqueos o dia e a noite), os dias são maiores que as noites a partir do momento em que se dá o solstício de verão.
O termo "solstício" é proveniente do latim e é composto pelas palavras sol e sistere (que não se mexe). Este termo alude ao facto de que, visto desde a Terra, o Sol confere a impressão de estar parado, mantendo uma posição fixa quando nasce e quando se põe, algo que acontece durante algum tempo.
A magia do solstício
A história da Humanidade sempre foi sustentada pela busca da compreensão ou explicação dos fenómenos naturais que ocorrem na Terra, tendo desde a Antiguidade proliferado lendas e misticismos em torno do desconhecido.
Desde sempre se percebeu a incontornável importância do calor e da luz oferecida pelo Sol, quer para a agricultura, quer para o estado psicológico e emocional humano, motivo pelo qual os povos antigos acreditavam nas energias especiais emanadas durante os solstícios, associadas ao florir dos campos e colheitas.
Assim, em junho, abundavam os cultos à fertilidade, e as celebrações como reflexo cultural do período de maior vivacidade do ano. Povos como os Maias, Celtas, Egípcios e Romanos criaram rituais pagãos de homenagem à natureza, apanágio da prosperidade para os meses seguintes, com dias de festa, dança, música, alegria e abundância de comida. Em meados do século X, na Europa, a Igreja decidiu cristianizar as celebrações, estabelecendo dias de homenagem aos Santos Populares a 13, 24 e 29, respetivamente, Santo António, São João e São Pedro, difundindo a conotação festiva da época.
A importância do Sol é inquestionável! Acredita-se que quem terá inventado o relógio de sol, um mecanismo que serve para apurar a hora do dia utilizando como referência a posição do sol, foram os egípcios dado que o mais antigo relógio de sol é egípcio e data de 1500 a.C. Desde 1990 que se celebra o Dia do Relógio do Sol, uma demarcada alusão ao astro-rei. Trata-se de uma iniciativa portuguesa difundida pelo Instituto de Investigação, Estudo e Divulgação do Quadrante Solar.