Solstício de dezembro marca o início do inverno na metade Norte do planeta Terra

A reta final do ano civil é marcada por um fenómeno astronómico que tem interferência na variação das temperaturas e na duração do dia natural. Fique a saber tudo sobre este momento, aqui!

Inverno.
O Sol de inverno é por vezes um consolo, nos dias mais curtos e frios, típicos desta estação.

O solstício de inverno ou de dezembro acontece, este ano, na madrugada da próxima sexta-feira, dia 22 de dezembro, mais precisamente quando o relógio marcar as 03:27 da madrugada em Portugal Continental, menos uma hora nos Açores. Este momento marca o início do inverno no Hemisfério Norte, onde se localizam a maioria das grandes cidades mundiais. Em oposição, marca o início do verão no Hemisfério Sul, em países tão distantes como o Brasil, a Austrália e a Nova Zelândia.

Em astronomia, o periélio é o ponto da órbita de um planeta que está mais próximo do Sol. Quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade de translação de toda a sua órbita.

Este fenómeno astronómico acontece, curiosamente, muito próximo do momento em que o Sol se encontra num ponto mais próximo da Terra, o periélio. Contudo, é igualmente o momento em que é maior a distância angular em relação ao plano que passa pela linha do Equador, estando o Sol na sua posição mais a Sul, no horizonte. Na prática, isto traduz-se na chegada de raios solares à superfície terrestre, de forma mais inclinada, registando-se uma maior perda de calor. O menor ângulo de incidência dos raios solares e a duração do dia natural traduzem-se em temperaturas baixas.

Esta mudança cíclica é responsável também por vários ciclos dos quais dependemos, como é o caso da agricultura.

As temperaturas mais baixas, o chamado “tempo frio” e o dia mais curto do ano não são consensuais entre a população, mas nem tudo são más notícias: é precisamente a partir deste solstício que a duração do dia natural começa a aumentar.

Dias maiores significam maior exposição solar e consequentemente subida de temperaturas, algo que só se vai começar a notar, principalmente a partir do equinócio de março (ou da primavera).

O movimento aparente do Sol e os efeitos na temperatura e precipitação

O movimento aparente do Sol em redor da Terra, pautado por quatro momentos de extrema relevância do ponto de vista astronómico (dois solstícios e dois equinócios) é um dos fatores de maior importância no garante da subsistência da espécie humana. As variações anuais de temperatura e precipitação estão diretamente relacionadas com os efeitos que os movimento da Terra em redor do Sol provoca na nossa atmosfera.

A partir do dia 22, os dias vão “crescer”, como é dito pela sabedoria popular e haverá um momento em que o dia e a noite terão aproximadamente a mesma duração: o equinócio de março (ou da primavera), que vai ocorrer na madrugada de dia 20 de março de 2024, às 03:06 da manhã. Dá-se nessa data o início da primavera e as condições do estado do tempo estão a reagir ao aumento da exposição solar. Regista-se uma alternância entre as temperaturas mais baixas e mais amenas e o regime de precipitação tem tendência a ser menos frequente.

Na fase posterior ao equinócio, a duração do dia natural continua a aumentar até que se dê o solstício de junho (ou de verão). Ainda em plena primavera meteorológica, é nesta fase que as temperaturas sobem claramente e a precipitação é menos frequente. Contudo, este momento marca o início da diminuição dos dias.

Eventualmente, com a chegada do verão meteorológico as condições de temperatura e falta de precipitação levam os portugueses a concentrarem-se (ainda mais!) no litoral e nas praias e, como não podia deixar de ser, surge outro momento de equilíbrio: o equinócio de setembro (ou de outono). A duração do dia volta a ser igual à da noite, mas em termos meteorológicos, já se sente o efeito da menor exposição e da maior inclinação dos raios solares no Hemisfério Norte.

Esta mudança cíclica é responsável também por vários ciclos dos quais dependemos, como é o caso da agricultura, mas também do lazer, do turismo, da atividade física, da vontade se sair de casa e do estado saúde mental, que ajudam a quantificar e qualificar a qualidade de vida de cada um dos mais de 8 mil milhões de seres humanos.