Síndrome da Árvore de Natal: como prevenir alergias durante a época festiva

Com a chegada da época natalícia, a montagem da decoração está na origem de um risco pouco conhecido: a síndrome da árvore de Natal. Este fenómeno ocorre devido à presença de mofo, ácaros, pólen e poeira acumulados nos enfeites e árvores.

síndrome da árvore de natal
As árvores de Natal são sinónimo de família e alegria, mas há um fenómeno ainda desconhecido que se sucede associado às mesmas: a síndrome da árvore de Natal.

Com o início de dezembro, a tradição de montar a árvore de Natal e decorar as casas torna-se um ritual esperado em muitas famílias portuguesas. No entanto, esta atividade, que simboliza a magia da época, pode trazer riscos para a saúde, sobretudo para pessoas com predisposição a alergias. A designada síndrome da árvore de Natal é um fenómeno pouco conhecido, mas que tem vindo a ganhar atenção por estar associado a reações alérgicas desencadeadas por mofo, ácaros, pólen e poeira acumulados nas decorações natalícias.

O que é a síndrome da árvore de Natal?

Os enfeites guardados ao longo do ano e as árvores, sejam naturais ou artificiais, podem tornar-se reservatórios de alérgenos. Estas partículas desencadeiam sintomas como espirros, tosse, irritação nos olhos, congestão nasal e, em casos mais graves, crises de asma ou bronquite. A exposição prolongada a estes elementos pode, ainda, evoluir para infeções respiratórias, sobretudo em pessoas imunodeprimidas.

síndrome árvore de natal
Alguns dos sintomas mais comuns associados à síndrome da árvore de Natal são a tosse, os espirros, a congestão nasal, a irritação ocular e as dermatites. Imagem: Pexels

Alguns estudos revelam que as árvores naturais, em particular, podem agravar o problema, devido ao crescimento de mofo que ocorre durante o seu transporte e armazenamento. Um estudo da Universidade de Nova Iorque indica que, após três dias em ambiente interior, a quantidade de mofo pode multiplicar-se por seis.

Os sintomas mais comuns associados à síndrome da árvore de Natal incluem tosse, espirros, congestão nasal, irritação ocular e dermatites. Estes sintomas podem manifestar-se imediatamente ou até duas semanas após a instalação das decorações. Em crianças, idosos e pessoas com condições respiratórias pré-existentes, o impacte pode ser mais severo.

Como prevenir alergias com a decoração natalícia

Para prevenir reações alérgicas durante a época natalícia, algumas medidas simples podem ser adotadas. Antes de montar a árvore, é importante realizar uma limpeza cuidadosa. As árvores naturais devem ser lavadas com água abundante para remover o mofo e o pólen, sendo depois deixadas a secar ao ar livre por algumas horas. Já as árvores artificiais podem ser limpas com um pano húmido. O mesmo cuidado deve ser aplicado aos enfeites, que podem acumular poeira ao longo do ano.

Durante a montagem da árvore, o uso de máscara e luvas é recomendado para minimizar o contacto com alérgenos. Além disso, optar por enfeites de materiais como plástico, vidro ou metal pode ser uma alternativa mais segura, já que acumulam menos poeira do que os de tecido ou madeira. Para evitar irritações adicionais, o uso de sprays decorativos, como os que simulam neve, deve ser limitado, uma vez que contêm químicos que podem afetar as vias respiratórias.

O armazenamento adequado das decorações é outra medida preventiva essencial. Após o Natal, os enfeites e a árvore artificial devem ser guardados em caixas herméticas e em locais secos, para evitar a acumulação de poeira e o crescimento de mofo. No caso de árvores naturais, é aconselhável limitarem a sua presença em ambientes interiores a poucos dias, reduzindo a exposição aos alérgenos libertados.

Se, mesmo com estes cuidados, surgirem sintomas persistentes ou crises alérgicas graves, é importante procurar ajuda médica. Os anti-histamínicos, os corticoides e as lavagens nasais com soro fisiológico são opções frequentemente recomendadas pelos especialistas para aliviar os sintomas. Além disso, alguns exames específicos podem ajudar a identificar os alérgenos responsáveis, permitindo um tratamento mais direcionado.

Alternativas para um Natal sem alergias

Para quem sofre de alergias, mas não quer abdicar das tradições natalícias, há alternativas que ajudam a manter o espírito festivo sem comprometer a saúde. Realizar as celebrações ao ar livre, quando possível, é uma das sugestões. Outra opção é investir em purificadores de ar, que ajudam a filtrar partículas nocivas no ambiente interior.

Com estas precauções simples, é possível desfrutar da magia do Natal com conforto e segurança, garantindo que as festividades sejam um momento de alegria e não uma fonte de desconforto. Afinal, cuidar da saúde é o melhor presente que podemos dar a nós mesmos e aos que nos rodeiam.