Sensação térmica no Rio de Janeiro bate recorde histórico
A estação térmica da cidade do rio de Janeiro registou, no passado sábado, dia 18 de novembro, uma sensação térmica de 59,7 ºC. Saiba como está a viver a população com estes recordes históricos.
O verão no hemisfério sul começa só a 22 de dezembro, no entanto, o Brasil está a ser afetado por uma tremenda onda de calor que vai afetando mais de cem milhões de pessoas sem precedentes.
No dia 18 de novembro, a estação meteorológica fluminense registou 59,7 ºC de sensação térmica às 8:10, de acordo com o Centro de Operações Rio, da Câmara Municipal.
Este foi o valor mais alto registado no sistema Alerta Rio, com início em 2014 e ainda o valor de temperatura mais elevada do ano de 2023, 43,8 ºC, registada na estação de Guaratiba às 11:05h.
Regista-se assim o valor mais elevado desde 2008, depois dos termómetros terem chegado aos 44,2 ºC no bairro de São Cristóvão, no centro da cidade.
Evento climático coloca a saúde pública em risco
De passagem pelo Brasil e com uma série de concertos programados, a cantora Taylor Swift viu-se obrigada a cancelar a agenda depois de uma das suas fãs ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória durante o seu primeiro concerto.
Paralelamente a este acontecimento, foram reportados mais de 1.000 desmaios durante o concerto no estádio Nilton Santos, segundo o corpo de bombeiros fluminense.
Perante relatos de desconforto devido ao calor, a organização do evento e as autoridades locais enfrentaram várias críticas pela gestão da situação tendo em conta as altas temperaturas.
Esta intensa onda de calor levantou questões sobre as medidas de segurança e prevenção adotadas, quer pela Câmara Municipal, quer pelos organizadores de grandes eventos.
O desafio passa por garantir o conforto e a saúde do público em situações climáticas extremas, exigindo desta forma uma revisão dos protocolos de eventos e a implementação de estratégias mais eficazes mediante condições adversas.
A tragédia durante o concerto de Taylor Swift destaca a importância da existência de uma gestão cuidada em eventos que envolvam grandes aglomerações em condições climáticas extremas.
Condições climáticas extremas tornam-se frequentes
De acordo com uma notícia publicada no Jornal Público, um estudo publicado na The Lancet conclui que as mortes associadas ao calor podem mais do que quadruplicar até 2050, o que representa um aumento de 370% até 2050.
O mesmo artigo científico notava que 525 milhões de pessoas deverão enfrentar insegurança alimentar associada a estes extremos climáticos, estima o relatório Lancet Countdown sobre clima e saúde.
As condições meteorológicas extremas estão a tornar-se cada vez mais frequentes e intensas devido às alterações climáticas.
Segundo os cientistas, as ondas de calor estão a tornar-se mais longas, frequentes e intensas e prevê-se que esta situação se mantenha enquanto os seres humanos contribuírem para a libertação de gases com efeito de estufa.
Entretanto, a Terra encontra-se atualmente numa fase meteorológica de El Niño, durante a qual as temperaturas globais normalmente aumentam.