Secas aumentam a sua frequência
Cada vez há mais regiões no globo vulneráveis à seca, à escassez de água e aos impactos relacionados com as alterações climáticas. Saiba mais aqui!
Atendendo às secas que têm ocorrido em diversas regiões do globo várias organizações das Nações Unidas sublinham a necessidade de uma ação precoce para evitar consequências desastrosas para a humanidade e para os ecossistemas planetários.
Seca - catástrofe natural
A seca é uma das catástrofes naturais mais destrutivas em termos de impactos na agricultura e segurança alimentar, ecossistemas, saúde humana e recursos hídricos.
Os impactos de uma seca fazem-se sentir não só no imediato, mas também a longo prazo.
As alterações climáticas e a degradação da terra têm contribuído para um aumento da frequência das secas e da sua intensidade. De acordo com a OMM, Organização Meteorológica Mundial, desde 2000 houve um aumento de percentagem de 29%, com 55 milhões de pessoas afetadas todos os anos.
Quando mais de 2,3 mil milhões de pessoas já enfrentam o stress hídrico, este é um enorme problema ao qual nenhum país está imune.
Secas recentes
Em parte, devido às alterações climáticas, tem-se verificado uma diminuição da humidade do solo em algumas regiões do globo com consequências nefastas para a produção agrícola, ao mesmo tempo que se verificam mudanças nos padrões da precipitação. Isto implica que algumas regiões do globo estão a ficar mais secas e outras com mais problemas de inundações.
Segundo Ibrahim Thiaw, Secretário Executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Desertificação e Seca, as recentes secas apontam para um futuro precário para o mundo. A escassez de alimentos e água, bem como os incêndios causados pelas graves secas intensificaram-se nos últimos anos.
Na Europa é de assinalar atualmente situações de seca em alguns países, como é o caso de Portugal, Espanha, França e sobretudo Itália, onde a região da Lombardia está a enfrentar mais de 100 dias sem chuva, enfrentando a maior seca dos últimos 70 anos.
A França registou o seu maio mais quente e mais seco. Grandes áreas do sudeste da Europa Central até ao noroeste do Mar Negro também sofrem de seca.
Em Espanha e em Portugal, as temperaturas elevadas que se verificaram recentemente e a seca que se verifica combinaram-se num risco extremo de incêndio em algumas regiões.
Em Portugal, por exemplo, no final de maio 97,1% do território continental estava em seca severa e 1,4% em seca extrema, de acordo com o IPMA, Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Do outro lado do Atlântico, grande parte do oeste dos EUA enfrenta o segundo ou terceiro ano de seca consecutivo, dependendo da região, com receios de stress hídrico crescente a caminho da estação do verão. Os dois maiores reservatórios nos EUA, o Lago Mead e o Lago Powell, no Arizona, encontram-se atualmente nos níveis mais baixos de sempre. Ambos estão a pouco menos de 30% da capacidade, de acordo com o U.S. Drought Monitor.