Saúde Mental: estaremos a atravessar o pior momento da história?
Hoje em dia, no rescaldo da epidemia de Covid-19, surge a epidemia da má saúde mental, que promete deixar marcas tão ou mais profundas na nossa sociedade. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!
Segundo o psicólogo Rafael Santandreu, estamos a atravessar “(…) o pior momento da história da humanidade na saúde mental”. Este autor, tem publicado livros de muito sucesso no país vizinho, relacionados com problemas que nos afetam cada vez mais como a ansiedade, os medos irracionais, a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) e a hipocondria.
No seu livro mais recente, O método para viver sem medo, este psicólogo afirma que “o medo é uma armadilha mental em que todos podemos cair”. O medo agudo, também apelidado de “medo do medo” é uma situação que afeta cada vez mais pessoas, em todas as faixas etárias. Segundo o autor, “cair na armadilha do medo pode ser mais fácil consoante o nível de stress que tivermos nas nossas vidas.”
O estilo de vida da maioria das pessoas, tendo em conta que a nível mundial há cada vez mais concentração em grandes áreas urbanas, apresenta níveis de ansiedade cada vez mais elevados, devido ao grande número de tarefas e afazeres do dia-a-dia.
Contudo, stress e ansiedade são conceitos diferentes que valem a pena distinguir. O stress é algo com que se lida no dia-a-dia, quando temos demasiadas tarefas para realizar num curto espaço de tempo, por exemplo. Já a ansiedade é algo que perdura no tempo, que pode surgir depois de inúmeras situações de stress.
Dados estatísticos e redes sociais
Segundo Rafael Santandreu, a “(…) epidemia de má saúde emocional na sociedade (…)” que se desenvolveu paralelemente à epidemia de Covid-19, está associada a diversos fatores, dos quais se pode destacar a híper-exigência que a sociedade atual impõe às pessoas. O facto de estarmos constantemente à procura de atingir determinados padrões de sucesso na vida está a ter repercussões na nossa saúde mental.
Por exemplo, em Espanha, são já 40% da população a indicar que sente a sua saúde mental a degradar-se. Se analisarmos os estudantes do Ensino Superior, são mais de 60% os que afirmam que sofrem de ansiedade.
A juntar à hiperexigência da sociedade, atualmente, pode-se ainda salientar o surgimento das redes sociais como fator que está a “poluir” a saúde mental da população. São cada vez mais os utilizadores que apresentam linguagem extremamente agressiva e linhas de pensamento muito compartimentadas.
Felizmente, nem tudo são maus sinais! Há, segundo este autor, cada vez mais consciencialização de que a preservação da nossa saúde mental é essencial, tanto do ponto de vista pessoal como da sociedade. Se antigamente era muito habitual ter medo e vergonha de procurar um profissional de saúde, hoje em dia é cada vez mais comum isso acontecer, o que possibilita que a população possa nomear, resolver e curar os problemas que os fazem sofrer.