Saúde Mental: estaremos a atravessar o pior momento da história?
Hoje em dia, no rescaldo da epidemia de Covid-19, surge a epidemia da má saúde mental, que promete deixar marcas tão ou mais profundas na nossa sociedade. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Segundo o psicólogo Rafael Santandreu, estamos a atravessar “(…) o pior momento da história da humanidade na saúde mental”. Este autor, tem publicado livros de muito sucesso no país vizinho, relacionados com problemas que nos afetam cada vez mais como a ansiedade, os medos irracionais, a Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) e a hipocondria.
No seu livro mais recente, O método para viver sem medo, este psicólogo afirma que “o medo é uma armadilha mental em que todos podemos cair”. O medo agudo, também apelidado de “medo do medo” é uma situação que afeta cada vez mais pessoas, em todas as faixas etárias. Segundo o autor, “cair na armadilha do medo pode ser mais fácil consoante o nível de stress que tivermos nas nossas vidas.”
O estilo de vida da maioria das pessoas, tendo em conta que a nível mundial há cada vez mais concentração em grandes áreas urbanas, apresenta níveis de ansiedade cada vez mais elevados, devido ao grande número de tarefas e afazeres do dia-a-dia.
Contudo, stress e ansiedade são conceitos diferentes que valem a pena distinguir. O stress é algo com que se lida no dia-a-dia, quando temos demasiadas tarefas para realizar num curto espaço de tempo, por exemplo. Já a ansiedade é algo que perdura no tempo, que pode surgir depois de inúmeras situações de stress.
Esse aumento aconteceu porque estamos diagnosticando mais, pelo avanço da medicina, ou por algum problema externo que leva piora da saúde mental? #MentalHealthAwareness #diasease #Saude #saudemental pic.twitter.com/nfB8AAwTum
— Igor Austin, MD (@igoraustin) April 25, 2023
Dados estatísticos e redes sociais
Segundo Rafael Santandreu, a “(…) epidemia de má saúde emocional na sociedade (…)” que se desenvolveu paralelemente à epidemia de Covid-19, está associada a diversos fatores, dos quais se pode destacar a híper-exigência que a sociedade atual impõe às pessoas. O facto de estarmos constantemente à procura de atingir determinados padrões de sucesso na vida está a ter repercussões na nossa saúde mental.
Por exemplo, em Espanha, são já 40% da população a indicar que sente a sua saúde mental a degradar-se. Se analisarmos os estudantes do Ensino Superior, são mais de 60% os que afirmam que sofrem de ansiedade.
A juntar à hiperexigência da sociedade, atualmente, pode-se ainda salientar o surgimento das redes sociais como fator que está a “poluir” a saúde mental da população. São cada vez mais os utilizadores que apresentam linguagem extremamente agressiva e linhas de pensamento muito compartimentadas.
Felizmente, nem tudo são maus sinais! Há, segundo este autor, cada vez mais consciencialização de que a preservação da nossa saúde mental é essencial, tanto do ponto de vista pessoal como da sociedade. Se antigamente era muito habitual ter medo e vergonha de procurar um profissional de saúde, hoje em dia é cada vez mais comum isso acontecer, o que possibilita que a população possa nomear, resolver e curar os problemas que os fazem sofrer.