Saúde animal. Vírus da Gripe Aviária detetado em Sintra e vírus da Língua Azul já matou mais de 37 mil ovinos
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária alertou para um foco de infeção por vírus da Gripe Aviária numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra. Por sua vez, a doença da Língua Azul já infetou 118.607 ovinos em Portugal.
A 13 de agosto de 2024, gaivotas portadoras do vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) do subtipo H5N1 foram identificadas nas praias de Espinho (Aveiro) e entre as praias de Vieira de Leiria e a de Pedrógão, na Marinha Grande (distrito de Leiria).
Um dia antes (12 de agosto de 2024), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) tinha recebido a confirmação da infeção por vírus da GAAP do subtipo H5N1 numa ave selvagem recolhida na Ilha Deserta, na freguesia de Sé e São Pedro.
A DGAV fez saber de imediato que “as medidas de controlo e erradicação do foco foram de imediato implementadas” pelos seus serviços, conforme está previsto no plano de contingência da gripe aviária.
As ações de controlo incluem a inspeção ao local onde a doença foi detetada, a eliminação dos animais afetados, a limpeza e desinfeção das instalações, a restrição da movimentação e a vigilância das explorações com aves situadas nas zonas de restrição, num raio de até 10 quilómetros em redor do foco.
Comunicar de imediato à DGAV
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, que é liderada pela veterinária Susana Pombo, lembra que “os operadores são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos seus animais”. E que são eles que “devem comunicar de imediato qualquer suspeita de doença à DGAV”.
A Diretora-Geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária também adverte que a deteção precoce de focos “é essencial para a implementação célere de medidas de controlo”, de modo a evitar a disseminação da doença. E, com isso, minimizando também as perdas para o setor.
Perante esta nova evidência de circulação do vírus da GAAP em Portugal, a DGAV apela a todos os detentores de aves para que “cumpram rigorosamente as medidas de biossegurança e as boas práticas de produção avícola”.
Estes procedimentos incluem “evitar contactos diretos ou indiretos entre aves domésticas e aves selvagens, reforçar os procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais e aplicar um controlo rigoroso dos acessos aos estabelecimentos onde as aves são mantidas”.
Língua Azul já matou mais de 37 mil ovinos
Ainda no âmbito da saúde animal, a DGAV também atualizou esta semana os dados referentes à presença do vírus da Língua Azul em Portugal.
O número de ovinos mortos está contabilizado em 37.395 e o das explorações em 1.834, mas os dados agora revelados pela DGAV refletem apenas as notificações recebidas pela direção-geral dirigida por Susana Pombo, pelo que é de admitir que os números podem ser ainda superiores.
Recorde-se que o Governo português financiou a aplicação de 385.050 doses de vacina contra o serotipo três do vírus da Língua Azul, sobretudo para os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Castelo Branco. Os gastos envolvidos ultrapassaram os 982.318 euros, de acordo com os números fornecidos à Lusa.
“Com a autorização da vacinação voluntária no final de setembro de 2024, a adesão foi significativa. Até ao momento, foram financiados todos os pedidos efetuados até 31 de dezembro e que correspondem a 385.050 doses de vacina, num montante total de 982.318,62 euros”, adiantou o Ministério da Agricultura, numa nota enviada à Lusa, revelando que “a execução financeira da subvenção atribuída está em 97,6%”.
No total, os custos da aquisição da vacina em Portugal contra o serotipo três da Língua Azul foram pagos a 34 organizações.
Portugal continental foi afetado pelos serotipos três e quatro do vírus da Língua Azul desde outubro do ano passado. Os Açores e a Madeira estão livres desta doença.