Sabia que um dos edifícios mais fascinantes do planeta está mesmo aqui, em Portugal?

Esta obra foi distinguida com o prestigiado prémio Building of the Year, atribuído pela ArchDaily, uma das plataformas mais respeitadas na área da arquitetura. Saiba onde pode encontrá-la.

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É um dos edifícios do ano. Foto: archdaily.com / Fernando Guerra

Pois é, pode até parecer conversa de patriota orgulhoso (e talvez seja um bocadinho), mas desta vez temos razões muito sólidas para celebrar. Em pleno coração de Lisboa, o renovado Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian tem dado que falar — e com toda a justiça.

Depois de quatro anos de obras que juntaram talento de várias partes do mundo, o CAM reabriu em setembro de 2024 de cara lavada e espírito renovado. E não demorou muito até que a sua nova imagem conquistasse o mundo: em 2025, foi distinguido com o prestigiado prémio Building of the Year, atribuído pela ArchDaily, uma das plataformas mais respeitadas na área da arquitetura.

A plataforma Archdaily atribui anualmente prémios de arquitetura em diferentes categorias, e os vencedores são escolhidos por votação pública. A lista dos Building of the Year 2025 inclui ainda a COOSH Boutique Store, na Ucrânia, o Kanna Pavillion, em França, entre outros.

“É assim um dos Edifícios do Ano graças a um trabalho conjunto, liderado pelo aclamado arquiteto japonês Kengo Kuma, que acolheu as ideias do arquiteto paisagista libanês Vladimir Djurovic e dos arquitetos do atelier portuense OODA”, lê-se na revista ‘Versa’.

Mas o que tem este edifício de tão especial?

Ora, não é um simples museu, nem apenas um espaço expositivo. É uma verdadeira ponte entre arte, natureza e cidade.

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Está com uma identidade visual completamente nova. Foto: archdaily.com / Fernando Guerra

O novo projeto foi desenhado pelo aclamado arquiteto japonês Kengo Kuma — sim, aquele que adora integrar edifícios no ambiente como se tivessem crescido ali naturalmente — e inspirado no Engawa, um conceito tradicional nipónico que representa uma zona de transição entre o interior e o exterior das casas. Nem dentro, nem fora: é o meio-termo perfeito. E foi exatamente esse espírito que Kuma trouxe até Lisboa.

"Inspirados na essência do Engawa, revelamos uma nova narrativa ao ar livre, convidando os visitantes a desacelerar e a apropriarem-se deste espaço. A ideia de suavidade e transição estende-se ao interior do CAM, onde criámos novos espaços por subtração, replicando a ligação do edifício ao jardim e à luz exterior", explica o arquiteto japonês, citado pela ArchDaily.

Mais do que um museu

A nova arquitetura do CAM não quer ser só admirada. Quer ser vivida. Convida-o a caminhar por entre volumes transparentes, sentir a luz natural a entrar pelas janelas generosas, e a deixar-se levar pelos caminhos sinuosos que o ligam diretamente ao jardim da Gulbenkian — um dos mais bonitos recantos verdes da cidade. E não foi obra de acaso: o paisagista libanês Vladimir Djurovic teve aqui um papel essencial ao transformar o espaço envolvente numa verdadeira floresta urbana.

“Mais do que ser visitado, o CAM é para ser vivido. Vamos ter uma série de projetos de artes performativas, alguns de artistas emergentes, e há sempre algo de novo a acontecer”, nota Ana Botella, diretora-adjunta do museu, citada pela ‘NiT’.

Sim, porque, além do exterior cativante, o CAM continua a cumprir a sua missão principal: dar palco à arte moderna e contemporânea.

Lá dentro, esperam-no mais de 12 mil obras de artistas como Paula Rego, Helena Almeida, Vieira da Silva, mas também nomes internacionais como Bridget Riley, David Hockney e Robert Delaunay.

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A 22 de fevereiro, foram inauguradas quatro novas exposições, que estarão patentes nos próximos meses. Foto: archdaily.com / Joana Correia

E porque o CAM é um espaço em constante movimento, há sempre para descobrir. Exposições imersivas, instalações sonoras, performances ao vivo, vídeos em cápsulas futuristas — sim, leu bem — e até espaços pensados para os mais pequenos. É um museu onde a arte respira, se move, e nos desafia a ver o mundo de outra maneira.

Se ainda não visitou, fica o convite: vá com tempo, calçado confortável e olhos bem abertos. O CAM não é só um edifício premiado — é uma experiência que se sente com todos os sentidos. E quem sabe, talvez saia de lá com a sensação de que, afinal, o futuro da arquitetura não está assim tão longe… está mesmo aqui ao lado, em Lisboa.